sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Para quê leilões em área onde se sabe que há petróleo?

O Cine Clube UMES/SP apresentou no dia 21 de Novembro, no Teatro Denoy de Oliveira, o documentário ‘O Petróleo Tem Que Ser Nosso, Última Fronteira”, do diretor Peter Cordenonsie. Em seguida, houve debate com a participação do presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira.“Convoco a juventude a intensificar a luta contra os leilões no pré-sal. Os estudantes, com seu entusiasmo, foram protagonistas da campanha ‘O petróleo é nosso”, no início da década de 1950, quando o petróleo era apenas um sonho. Agora que é uma luminosa realidade, temos não só o direito, mas o dever de defender essa riqueza do povo brasileiro, que pode nos conduzir à independência nacional”, afirmou Siqueira.O presidente da Aepet disse que “não faz sentido continuar fazendo leilões em área onde se sabe que existe petróleo, como é o caso do pré-sal. Trazer empresas estrangeiras não vai acrescentar nada. Em primeiro lugar, quem investiu e pesquisou durante 30 anos e descobriu o petróleo na nova província foi a Petrobrás. E segundo, quem desenvolveu tecnologia e tem recursos e crédito para explorar o pré-sal é a estatal brasileira”.
Brizola Neto propõe que só Petrobrás explore o pré-sal O deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) vai encaminhar à bancada de seu partido proposta de emenda ao Projeto de Lei 5938/09 suprimindo os leilões para a exploração do pré-sal.Na avaliação do parlamentar trabalhista, não há nenhuma vantagem na contratação de empresas estrangeiras, pois a Petrobrás foi a companhia pioneira em águas ultraprofundas e desenvolveu com empresas especializadas tecnologia em perfuração, preparação do poço para começar a produzir (completação) e linha flexível, que leva o petróleo do fundo mar até o navio.Para Brizola Neto, qualquer que seja a empresa, fora a Petrobrás, que viesse a explorar o pé-sal, serviria apenas de intermediária de aluguel de equipamentos dessas empresas especializadas.O deputado argumenta que a Petrobrás tem viabilidade técnica e financeira, em função do pré-sal, já demonstrado nas reservas já testadas em Tupi, Iara e Parque das Baleias.Segundo Brizola Neto, enquanto a Petrobrás é uma empresa estatal em que a União tem 57% das ações com direito a voto, uma multinacional atende interesses externos, sobre a qual o povo brasileiro não tem interferência nenhuma.Caso continuassem os leilões, ocorreriam três efeitos altamente nocivos para o país. Em primeiro lugar, o fato de os EUA, países europeus e asiáticos e o cartel internacional do petróleo – composto pelas Big Oil - estarem em uma situação estrategicamente perigosa, por não terem mais reservas, faria com que suas empresas viessem para cá para explorar com avidez o pré-sal e o esgotariam em menos de 13 anos, ao invés de 40 anos caso seja explorado pela Petrobrás em ritmo adequado aos interesses nacionais.Em segundo, a produção – e exportação – açodada pelas empresas estrangeiras resultaria em uma entrada brusca de dólares, causando sobrevalorização do real, o que implicaria em inviabilizar as indústrias fora do setor petrolífero. Ou seja, o país ficaria dependente de um único produto, efeito conhecido como doença holandesa. Ou algo pior ainda, a doença nigeriana. Quando o cartel internacional tomou de assalto o petróleo da Nigéria, destruiu as terras agricultáveis, esgotou o seu petróleo e deixou esse país na mesma miséria de antes. Só que agora sem petróleo.E em terceiro lugar, a entrada de dólares obrigaria o governo brasileiro a investir em títulos do Tesouro norte-americano, recebendo juros negativos e em uma moeda decadente por não possuir lastro.

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