domingo, 31 de agosto de 2008

Final de Semana do Estudante é sucesso absoluto!

Após participar de Congressos, manifestações pela volta da Merenda Escolar, o Grêmio Livre Estudantil da escola Ergília Micelli voltou a realizar atividades para agitar os estudantes da escola localizada no Selmi Dey.
Durante todo o sábado(30) estudantes de todo os períodos da unidade escolar puderam participar de torneios de futsal e volei, além de um festival de talentos. Pela manhã no torneio de futsal modalidade ensino fundamental a equipe vencedora foi a Marcão da Cocada e na modalidade Ensino Médio a vitória ficou com equipe Kient Fields. Ainda pela manhã ocorreu o torneio de volei onde na modalidade ensino funamental a esquipe vencedora foi As Tigresas e na modalidade ensino médio a equipe 1ºC.
O destaque do Final de Semana do Estudante ficou por conta do Concurso de Talentos que agitou a galera e teve várias surpresas. Em primeiro lugar ficou o grupo Explosão Axé, seguido por Vírus Girl e Renan empatados em segundo lugar, além do grupo Street Dance em terceiro. O estudante Renan de apenas 10 anos, além da 2ª colocação conseguiu levantar os presentes em sua apresentação.
"Nosso objetivo era reunir os estudantes de nossa escola para mais uma vez reafimar que podemos nos organizar e isso ocorre pelo Grêmio Estudantil. Precisamos ir além, nosso Grêmio representa os estudantes em Congressos e ainda agita a galera em atividades como essa" - destacou Rodrigo Barbosa Ribeiro, Orador do Grêmio Estudantil.
Na quarta-feira ocorre a premiação dos primeiros colocados nas atividades realizadas. O Final de Semana do Estudante foi organizado pelo Grêmio Estudantil, o Programa Escola da Família e a UMESA - União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Araraquara, além da diretoria da escola.
Para mais notícias da atividade e conferir algumas fotos do Final de Semana do Estudante, acesse www.umesa.org.br

sábado, 23 de agosto de 2008

Tucanos vão ao STF para derrubar piso salarial dos professores.

Governos de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul que lei aprovada em julho e sancionada por Lula é “inconstitucional”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e os sindicatos de professores de todo o país começaram mobilizações para garantir a implementação do Piso Salarial Nacional Profissional do magistério público da educação básica, aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula no dia 16 de julho. Implementado pela Lei 11.738, que estabeleceu o valor mínimo de R$ 950,00 para uma jornada de 40 horas semanais, até 2010, o Piso garante um patamar digno de remuneração, valorizando os profissionais e fortalecendo a qualidade do ensino, determinando a reserva de 33% da carga horária para atividades extraclasse, sem integrar em sua composição gratificações e abonos. Conforme dados do Ministério da Educação, o Piso beneficiará cerca de 60% dos trabalhadores em educação, além de amenizar as disparidades existentes no país com relação ao salário dos educadores, cujas variações chegam a até 400%.Inconformados com a prioridade dada à educação pública, os secretários de educação dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul se pronunciaram contra a aplicação da nova lei e buscam envolver o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para que entre com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal.Ao ameaçarem argüir a inconstitucionalidade do artigo que trata sobre a hora-atividade, denunciou o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, esses secretários estaduais buscam erguer obstáculos à melhoria da qualidade do ensino público, fazendo abertamente o jogo dos donos de escola. “Este é o grande empecilho e a grande luta que travamos nesse momento. Para isso estamos mobilizando os professores do Brasil inteiro, ampliando apoios na sociedade para fazer valer aquilo que foi debatido no Congresso Nacional ao longo de mais de um ano”, acrescentou.Leão destacou que os secretários estaduais, assim como todos os interessados em debater o Piso, tiveram a oportunidade de participar - e participaram - do processo de elaboração da lei, que agora tentam sabotar. “Esta é uma opção política de manter uma escola pobre para pobre. O filho da classe trabalhadora tem uma escola que não consegue ter a qualidade que nós consideramos, uma qualidade libertadora. Então há uma divergência muito grande. Nós entendemos que o momento é de luta e devemos reforçar a trincheira, prontos para o combate a qualquer momento em defesa da melhoria da qualidade da educação pública”.O dirigente da CNTE lembrou que os professores do Rio Grande do Sul já tomaram as ruas na sexta-feira passada e fizeram um dia de paralisação, ação que deve ser reproduzida com ainda mais intensidade e vigor a nível nacional. “A reação violenta contra o Piso começou no Rio Grande do Sul e passa por São Paulo, estados com uma boa situação. O PIB de São Paulo é maior que o de muitos países da América Latina e o governo do Estado se nega a pagar os 33% de hora-atividade. O Piauí hoje já paga 30%. Então é uma situação que demonstra claramente a opção política privatista”, condenou. (LS)

Trabalhadores em educação param e tomam as ruas do RS em defesa do Piso Professores e funcionários das escolas estaduais do Rio Grande do Sul paralisaram as atividades e tomaram as ruas no dia 15 de agosto, em todas as regiões do estado, em repúdio a intenção do desgoverno de Yeda Crusius de não implementar o Piso Nacional do Magistério, sancionado pelo presidente Lula no dia 16 de julho. De acordo com o Cpers/Sindicato, a adesão atingiu 75% da categoria.Em Porto Alegre, os estudantes se somaram ao protesto. Em audiência com a direção do Sindicato, a secretária estadual da Educação, Mariza Abreu, voltou a afirmar que o estado é contrário à transformação, em 2010, do piso em vencimento inicial e à dedicação de 33,3% da jornada de trabalho para atividades extraclasse, por tratar-se de “ingerência” no contrato de trabalho estabelecido. A ampliação das horas-atividade, segundo ela, implicaria na contratação de 27 mil novos professores. Para o CPERS/Sindicato, a implementação do piso exigiria a contratação de aproximadamente dez mil novos professores.A secretária aproveitou a reunião para afirmar que o governo vai apresentar proposta de um novo Plano de Carreira para o magistério gaúcho. Essa possibilidade é combatida pela direção do CPERS/Sindicato. Se existe um ponto que unifica a categoria, é a defesa do atual Plano de Carreira, modelo para outras unidades da federação. A intenção do governo é encurtar a distância entre as classes da carreira.A presidente do CPERS/Sindicato, Simone Goldschmidt, saudou o fato de os trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul terem sido os primeiros a saírem às ruas exigindo a implementação do Piso e conclamou a categoria a manter a mobilização, pois quando o governo tucano defende a inviabilidade do professor dedicar 33,3% da carga horária para atividades extraclasse é porque tem receio de que a categoria passe a discutir de fato a educação. Simone sublinhou a necessidade da elaboração de um calendário nacional de luta em defesa do piso, com a realização de manifestações em Brasília.Na avaliação do presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, o Piso é o primeiro degrau para a efetiva valorização dos profissionais da educação e da própria educação.

Líder do PT condena tentativa do PSDB de derrubar a conquista “A bancada do Partido dos Trabalhadores se solidariza com os professores e quer ajudar na mobilização da sociedade para que essa resistência de governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul seja vencida pelo bem da educação brasileira. Não tem sentido o PSDB querer derrubar uma conquista tão importante para a educação brasileira”, afirmou o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Maurício Rands, em sua intervenção no plenário, quarta-feira.Condenando a tentativa tucana de derrubar a implantação do piso salarial nacional dos professores, de R$ 950,00, sancionado recentemente pelo presidente, Maurício Rands enfatizou que a bancada do PT vai se mobilizar para que no caso de qualquer ação ser ajuizada, a sociedade se expresse perante o STF para ratificar a posição “decidida pelo Congresso Nacional no exercício de sua competência constitucional de legislar”.Reunido com representantes da CNTE, o líder petista manifestou total apoio à campanha da entidade pela defesa da implantação imediata do piso dos professores.


Publicado na Hora do Povo, edição nº 2.694

terça-feira, 19 de agosto de 2008

"Todos os estudantes tem direito a receber a Carteira da UMESA" - diz Gabriel Silva da EMEF Waldemar Saffiotti.

"Nos manifestamos de forma contrária a decisão da Secretaria Municipal da Educação de somente atender os estudantes do Ciclo III" - diz nota do Grêmio Estudantil da Escola divulgada após reunião da entidade.

O Grêmio Estudantil da EMEF Profº Waldemar Saffiotti se reuniu na tarde desta terça-feira para discutir a ampliação da parceria entre a UMESA e a Secretaria Municipal da Educação se manifestando de forma contrária a decisão de somente os estudantes do Ciclo III.
No ano de 2007 a UMESA e a Secretaria Municipal da Educação atendeu 100% da Rede, entregando mais de 6 mil Carteiras, onde o estudante não havia arcado ao menos com as fotografias das identificações. Para o ano de 2008 por decisão da Secretaria somente os estudantes do Ciclo III - cerca de 2mil estudantes terão o benefício da Carteira da UMESA. A Carteira que garante o estudante pagar meia-entrada em shows, eventos culturais, esportivos entre outros também é a identidade da Rede Municipal em nossa cidade.
O Grêmio Estudantil irá protocolar pedido formal na Secretaria Municipal da Educação solicitando a ampliação do direito.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

11 de Agosto : Parabéns estudantes.

11 de Agosto, dia do estudante! Parabéns!

Aumento de Juros põe em risco o crescimento, diz Delfim.

O ex-ministro Delfim Netto, na última segunda-feira, em seminário realizado na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, promovido pela revista “Carta Capital”, classificou de “infantil” a escalada de aumentos de juros do Banco Central: “o efeito principal dessa medida é a valorização do câmbio. A inflação vem de fora, não tem nada a ver com as taxas de juros brasileiras”.Para Delfim, os juros altos fazem com que o país continue a ser “o último peru com farofa na mesa dos especuladores internacionais, fora o do Dia de Ação de Graças”. O Dia de Ação de Graças é o principal feriado norte-americano, caracterizado pelo peru como prato principal da refeição.Delfim condenou os aumentos de juros por conta de uma suposta inflação futura, preconizados pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles: “todos os bancos centrais do mundo ficam esperando o otário que primeiro vai aumentar os juros”.Polemizando com o expositor da mesa-redonda de que participou, o ministro Guido Mantega, que havia dito que os aumentos de juros não iriam “abortar o crescimento”, Delfim afirmou que “não há nenhuma garantia de que os aumentos de juros não irão abortar o crescimento como ocorreu entre 2004 e 2005”. Em setembro de 2004, com o país crescendo, o Banco Central iniciou uma série de aumentos de juros cujo resultado foi um freio no crescimento – de 5,71% em 2004, ele desceu até 3,16% no ano seguinte, só se recuperando em 2007. O país passou dois anos estagnado.Delfim ressaltou que os empresários “são ameaçados quando ouvem o discurso de que o BC tem de reduzir as expectativas de inflação. Desenvolvimento é um estado de espírito, quando o governo convence todos a investir”. No mesmo debate, o também ex-ministro Luís Carlos Bresser Pereira classificou a política financeira do Banco Central de “suicida e alucinada”, apontando sua contradição com a política de crescimento do governo Lula.Abaixo, na íntegra, um recente artigo do professor Delfim Netto. A destacar, sua breve síntese do sistema de metas de inflação: “... o sistema de ‘metas de inflação’ é apenas uma excrescência artificial inventada para extrair juros dos países periféricos, sem considerar as necessidades de crescimento e as carências do País, totalmente descolada da realidade, e exclusivamente para favorecer uma malta de especuladores, assegurando-lhes a felicidade eterna”.

Felicidade, dos banqueiros e a nossa.

DELFIM NETTO

Historicamente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) foi um instrumento de aconselhamento econômico estritamente alinhado às políticas econômicas hegemônicas vigentes. Foi assim durante a ditadura e persistiu dessa forma nos anos neoliberais, especialmente nos dois governos da administração FHC. O presidente Lula conviveu com essa situação em seu primeiro mandato, quando prevaleceram algumas dessas políticas baseadas no tripé meta de inflação, juro alto e superávit primário.Mas, em razão de uma importante mudança nos rumos da política econômica, ao colocar o Estado e o setor privado nacional no centro do desenvolvimento do País, através do PAC, o presidente resolveu entregar a direção do IPEA, na segunda fase de seu governo, a economistas liderados pelo competente professor Márcio Pochmann, da Unicamp, cuja linha de pensamento está totalmente dissociada do conservadorismo monetário reinante no Banco Central.Os monetaristas de plantão e seus porta-vozes instalados na mídia não tardaram a chiar contra a mudança e a reforçar, agora, o coro histérico contra Pochmann e sua equipe, que resolveram, acertadamente, suspender a divulgação sistemática da Carta de Conjuntura daquele órgão, cuja linha editorial está muito mais alinhada à política do BC do que com o novo IPEA.Quem mais estrebuchou foi o colunista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, que chegou a acusar a nova direção do órgão a praticar a “grosseria” de um “comissariado bolchevique”. Um preconceito atroz contra os responsáveis por um dos fatos mais marcantes da história contemporânea, que foi a Revolução Russa de 1917, para ele, certamente, muito mais grave que a política antes praticada pelos tsares.Gaspari insurgiu-se contra a correta e oportuna decisão tomada pelo IPEA de suspender a divulgação de projeções macroeconômicas que, todos sabemos, são produzidas artificialmente pelo chamado mercado, leia-se, bancos, notadamente os estrangeiros, para, mais do que justificar, mitificar a política de juros altos do BC que, sob o surrado e combalido pretexto de combater a inflação, conspira abertamente contra o PAC, o desenvolvimento do País e, conseqüentemente, a manutenção das políticas de inclusão social tão bem sucedidas no governo Lula.Em quase meia página de jornal, o colunista faz questão de não esconder sua preferência por Pedro Malan e Edmar Bacha, entre outros responsáveis pela desastrosa política econômica adotada nos anos FHC, quando o País, literalmente, andou para trás em matéria de crescimento econômico e de distribuição de renda.E escancarou sua admiração pelos boletins do BC, que, segundo ele, “produz e divulga análises de boa qualidade” e que o que o “comissariado”, agora chamado de “petista”, quer é “brincar de felicidade”. Suas pérolas foram mais longe ao escrever que “o mercado”, essa santidade invisível que continua (des)governando tudo e todos, “é uma coisa essencialmente boa” e que “os países que seguiram sua dinâmica prosperaram”, enquanto os outros “arruinaram-se”.Não por acaso, o articulista fugiu do risco de citar um único exemplo, nem de prosperidade, nem de ruína. Sua dificuldade em encontrar nos seus alfarrábios uma única nação que tivesse conseguido se desenvolver sob o rígido figurino do FMI e do atual BC não foi gratuita. Todavia, poderíamos citar muitos países, em várias partes do mundo, o salto em cujo processo de desenvolvimento só foi possível graças a uma política de juros baixos e fortes investimentos, e sem a radicalidade dos superávits primários que aqui ainda verificamos e o uso da ameaça inflacionária como instrumento de terror e de chantagem para manter as medidas vigentes, os mesmos expedientes utilizados para alardear uma suposta crise alimentar e, assim, manter o País refém dos ditames das notas técnicas do BC e tímido na tentativa de buscar uma nova matriz energética.Recorremos a um único e ilustrativo caso, exatamente sobre as conseqüências dessa política no País que mais glorifica o mercado, a meca do capitalismo, os EUA. Durante os 19 anos (1987-2006) em que ocupou a presidência do banco central norte-americano, Alan Greenspan se lixou para as metas de inflação. Então, perguntamos: onde foi que tal sistema foi “consagrado”, nas palavras do xerife-mor dessa política em nosso país, Henrique Meirelles?O exemplo confirma apenas que esse modelo só serve para nós, pobres mortais, países subdesenvolvidos, mas não para eles, sacramentando definitivamente a máxima adotada por outros motivos no tempo da guerra fria de que “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”. Pelo jeito, o presidente do BC não concorda com isso e continua anunciando e pregando aos quatro ventos que os juros continuarão subindo… por causa da inflação. Diga-se de passagem que Meirelles foi mais longe, chegando a inventar uma nova teoria: a de que não basta atingir a meta de inflação, isto é, ficar dentro da banda, mas atingir o centro da meta (4,5%) -se não, é o fim do mundo.Voltemos a Gaspari, que acusa a atual direção do IPEA de promover um tal “patrulhamento intelectual”, seguramente porque considera que o que era produzido antes pelo órgão e, hoje, pelo BC, sob o eficiente comando do mercado, nada tinha de ideológico. Tratava-se, apenas, de análises técnicas isentas, comprometidas com a economia nacional e com o País. Acorda, Gaspari! Estamos no século XXI e, pelo jeito, o dileto colunista continua acreditando em cegonha e Papai Noel.O fato é que o sistema de “metas de inflação” é apenas uma excrescência artificial inventada para extrair juros dos países periféricos, sem considerar as necessidades de crescimento e as carências do País, totalmente descolada da realidade, e exclusivamente para favorecer uma malta de especuladores, assegurando-lhes a felicidade eterna, aquela de que Gaspari reclama que o “comissariado petista” do IPEA pretende estender a 180 milhões de brasileiros.O artigo foi reproduzido do site Desemprego Zero e publicado originalmente no DCI.


Publicado na Hora do Povo, edição nº 2.691

sábado, 9 de agosto de 2008

A Greve dos Professores e a lógica empresarial.

*Artigo escrito por João Antonio Felício, da executiva nacional da CUT, e Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp.

"A greve é direito. Consideramos que o profissional da educação tem de ser valorizado antes de começar a receber críticas" - Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

"O sindicato está completamente equivocado na greve dos professores. A solução da educação no Brasil tem que ser guiada por uma lógica empresarial, porque é preciso ter uma lógica de resultados" - Viviane Senna, da ONG empresarial Todos pela Educação, financiada por capital multinacional, bancos privados e recursos públicos

Durante a recente greve dos professores paulistas, dois movimentos se colocaram em campos opostos na análise da mobilização conduzida pela Apeoesp. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, ligada aos movimentos sociais, favorável à greve, e a ONG empresarial TPE, Todos Pela Educação, mantida por empresários. Como a nossa categoria encontra-se em estado de greve contra o decreto do governador José Serra, e a grande mídia continua sua campanha sistemática de desinformação, negando espaço ao contraditório, achamos fundamental compartilhar algumas reflexões.Infelizmente, há pessoas que se crêem donas da verdade, mas que contemplam a vida do alto da montanha, tecendo considerações sobre a dureza da labuta, o sol e o suor na distante planície. Uma das principais representantes da TPE, a senhora Viviane Senna afirmou que a greve não atende o interesse dos alunos, apenas o de professores e do Sindicato. Como se fosse ela a grande conhecedora da escola pública, e não os que sofrem na carne com a dura realidade. Como se a campanha de uma categoria mal remunerada, espoliada e desprezada não representasse a luta por melhores condições de ensino, não dialogasse diretamente com a qualidade da educação. Talvez preferisse que, em vez de desfraldarmos as bandeiras do ensino público, gratuito e de qualidade, coletivizando com a comunidade escolar e a sociedade a necessidade de políticas públicas, de mais e melhores investimentos no ensino, devêssemos ficar isolados dentro de uma sala de aula choramingando.Para mudarmos o atual quadro vivido pela educação pública paulista, é preciso valorizar o profissional, fazer com que a carreira volte a ser atraente para os jovens; é necessário investir na infra-estrutura atual, mais do que defasada, impermeável aos avanços tecnológicos, como a computação, mas muito pior, pois a quase totalidade das bibliotecas e laboratórios estão fechados ou desaparelhados e sem pessoal, faltam os equipamentos básicos necessários; é preciso atualizar os conhecimentos dos professores, permitindo um aprimoramento e uma qualificação constantes. E, finalmente, mas não menos importante, democratizar o debate sobre a metodologia e os materiais utilizados, que não podem continuar reduzidos a apostilinhas pasteurizadas.As reivindicações enumeradas são históricas, sempre fizeram parte das lutas dos professores do Brasil, que nunca separaram a busca de um salário digno - já que não podem viver de vento - das necessidades vitais da educação. E é a defesa da escola pública a razão de ser do atual Estado de greve em que se encontram os professores paulistas, que não se dobram ao autoritarismo e a intransigência do governo do Estado. O movimento, ressaltamos, foi aprovado, de forma legítima, natural, decidido em assembléia democrática, depois de cinco anos de insistentes tentativas de negociação.Imediatamente, os mesmos editorialistas que condenaram à invisibilidade reclamações e protestos de professores, pais e funcionários, ao mesmo tempo em que se calaram durante o longo processo de sucateamento do ensino no estado mais rico do país, entram agora em frenesi, publicando compulsivamente artigos, desqualificações e impropérios para questionar a greve e as ações do Sindicato.É neste momento que o chamado TPE surge como tábua de salvação dos inimigos da educação, colaborando com a concepção preconceituosa da grande imprensa, que abandona o jornalismo para fazer relações públicas do governo estadual. Uma postura absolutamente coerente, já que nunca se viu movimento de empresários a favor de greve de trabalhadores, pois deporia contra seus próprios interesses. Ou alguém já viu um banqueiro apoiando greve de bancário? Dono de montadora apoiando paralisação de metalúrgico? Ou usineiro empolgado com reivindicação de canavieiro?A senhora Viviane Senna, uma das suas mais proeminentes lideranças, e que possui uma rede de escolas sustentada por recursos empresariais e governamentais - isto é, públicos - dispõe naturalmente das condições necessárias para proporcionar uma boa educação aos seus alunos. Ao questionar o Sindicato por liderar a greve, infelizmente, ela faz coro com os que querem impedir que milhões de estudantes da rede pública tenham as mesmas oportunidades dos beneficiados em seu micro-universo. Aliás, onde estava esta senhora durante os anos tucanos? Por que jamais apareceu para questionar os responsáveis pela situação de descalabro em que a escola pública se encontra? Ou foram os professores que fecharam escolas e salas de aula, desempregaram, não fizeram concursos públicos, arrocharam salários, desprestigiaram a educação?Nos propomos a estabelecer uma avaliação sobre a qualidade do ensino, efetiva, real, com a comunidade escolar, discutindo as responsabilidades de cada um: a nossa, a do governo, a dos pais e alunos. Mas para isso, reiteramos, são necessárias premissas básicas: a categoria receber um salário digno, as escolas terem condições de infra-estrutura adequadas, equipamentos atuais, e que os professores passem por um processo de formação e qualificação. Na nossa compreensão, isso poderia ser feito proporcionando maior interação entre escola e comunidade. Nunca, obviamente, da forma como foi apresentada pela secretária de Educação, uma medida essencialmente punitiva.Na verdade, é uma linha que reforça a injustiça, pois pune a vítima duas vezes. Para fazer um paralelo, seria igual a cobrar de um lavrador do Nordeste que, frente à intempérie e à falta de apoio, produza por alqueire o mesmo que um alemão ou japonês dotados de toda sorte de incentivos.Nas palavras de um representante do TPE, do qual fazem parte representantes da Gerdau, dos bancos Real e Itaú, o seu "movimento" é "mais colaborativo". A pergunta que não quer calar é: com quem? Pois ao servirem de escudo a serviço do governo de plantão, servem como anteparo às pressões da sociedade civil. Por que não colocam seu poder político - para não falar de seus cifrões - em benefício da resolução do problema? Talvez assim a rede física de São Paulo não estaria tão abandonada e desmantelada, com crianças saindo dos bancos escolares com precários conhecimentos nas mais variadas áreas de estudo. Querem nos fazer crer que a culpa é dos professores, mas a verdade é que, tanto quanto os alunos, eles também são vítimas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

UMESA inicia entrega de Carteiras em parceria com a Prefeitura Municipal


Teve inicio na tarde de hoje a entrega das Carteiras de Identificação dos estudantes da Rede Municipal da Educação. Serão cerca de 2 mil estudantes que receberão de forma gratuíta a sua Carteira. As primeiras escolas a receber foram a escola Gilda Rocha de Mello e Souza e a unidade do Jardim das Hortênsias, Henrique Scabello. Na próxima semana continua a entrega das Carteiras aos alunos da Rede.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Serra pede a Lula mudança na lei para entregar a CESP.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), reuniu-se na quarta-feira (30) com o presidente Lula e voltou a pedir que o governo federal mude a lei para permitir a renovação dos contratos de concessão das hidrelétricas pertencentes à Cesp.
Serra acredita que dessa forma vai conseguir privatizar a estatal responsável por 70% da energia de São Paulo. A legislação proíbe uma outra renovação e determina que a concessão passe por um novo processo licitatório, que ocorreria, no caso das usinas da Cesp de Jupiá e Ilha Solteira, em 2015.
Além das manifestações populares, esse foi um dos motivos que contribuíram para o cancelamento em março da privatização da companhia paulista de energia uma vez que, mesmo com o preço subavaliado, os monopólios externos não se interessaram, principalmente após as declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na véspera do leilão.
Dias antes do fracassado leilão da Cesp, que havia sido marcado para 26 de março, o ministro demonstrou a ilegalidade da renovação que Serra havia reivindicado. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, ele declarou que, em relação à usina de Três Irmãos (cuja concessão se esgota em 2011, e legalmente pode, ao contrário de Jupiá e Ilha Solteira, ser renovada mais uma vez), “não estou garantindo prorrogação. Pela lei, o ministro fica autorizado a prorrogar a concessão, e não obrigado”. E em relação a Jupiá e Ilha Solteira Lobão observou que após o vencimento das concessões, em 2015, as usinas de Jupiá e Ilha Solteira voltarão ao domínio da União e vão ser novamente licitadas: “Levando em conta que estão amortizadas e pagas, a energia terá de ser vendida a preços mais baixos, compatíveis com a situação dessas usinas”.
Serra tentou disfarçar e esconder que o pedido não estava relacionado com mais uma tentativa do tucano de entregar a Cesp, mas recentemente seu vice, Alberto Goldman, declarou: “estamos aguardando alguns dados da área federal, mas não desistimos da venda [da CESP]”.

Mais uma sessentona: Para comemorar aniversário UPES lança projeto memória.

No último sábado (26), dia seguinte ao que a UBES completou seus 60 anos, a União Paulista dos Estudantes Secundaristas celebra a data e relembra sua história de lutas com o projeto Memória 60 da UPES

São 60 anos em defesa da educação e da juventude. 60 anos de lutas para a construção de um Brasil democrático. Assim pode ser resumida a história da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES). De presente, a mais nova entidade a se tornar uma sexagenária, ganhou um projeto para contar sua trajetória.
Trata-se do projeto Memória 60 da UPES, coordenado pela jornalista Amira Abboud Pompêo de Camargo. Amira, que foi diretora de comunicação da entidade em 1998, recebeu o convite da atual gestão para tocar o projeto. "Na época em que militei já acalentava o sonho de recuperar a história da UPES, como forma de dar minha contribuição. Mostrar aos estudantes que a história é construída por pessoas, e precisa ser humanizada. Penso que essa é a forma mais eficiente de aproximar a juventude da trajetória de lutas dessa entidade. Sem memória, não há história", disse.
A jornalista campinense de 27 anos informou ainda que o objetivo do projeto é produzir um vídeo documentário que deve ficar pronto até o fim deste ano. "Estamos entrevistando todos os ex-presidente da UPES, ex-diretores e coletando imagens da época. Faremos também uma sessão de extras orientando passo a passo a construçaõd e grêmios e demais entidades estudantis. Queremos que esse trabalho, além de resgatar a história da entidade, dê continuidade a ela".
A cada quinze dias, Amira produzirá um texto contando os principais acontecimentos desses 60 anos que será publicado aqui no EstudanteNet. "Nós apenas começamos", reforça Amira. Abaixo a íntegra do primeiro texto, que apresenta, em linhas gerais, a atuação da UPES na sociedade brasileira.
União Paulista dos Estudantes Secundaristas comemora 60 anos de luta
Ao digitar no Google "Brasil em 1948", milhares de páginas apontam diversos acontecimentos de 1948 que marcaram parte da história do nosso país. Em janeiro, a lei federal no 211 cassou o mandato de todos os parlamentares comunistas, em julho Ernesto Geisel foi promovido a Tenente-coronel do Exército Brasileiro, ainda no mês de julho foi fundada a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em outubro, Cacilda Becker estréia no Teatro Brasileiro de Comédia em São Paulo. Nesse mesmo ano, o mundo todo direcionou seus olhares para Londres, que foi palco das Olimpíadas, após doze anos de interrupção devido à II Guerra Mundial.
Em meio a tantos acontecimentos noticiados nas páginas de grandes jornais, um fato registrado apenas pelo serviço secreto do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), reflete uma das maiores conquistas dos estudantes secundaristas do Estado de São Paulo: A Fundação da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).
Há 60 anos, um grupo de secundaristas, idealistas e preocupados com os rumos da educação no Estado de São Paulo, realizaram entre os dias 26 e 29 de julho de 1948, a 1ª Convenção dos Estudantes Secundários do Estado de São Paulo, espaço que serviu para que jovens estudantes de todo o Estado fundassem, a Associação dos Estudantes Secundários do Estado de São Paulo, que dois anos depois é rebatizada, e passa a chamar-se definitivamente de União Paulista dos Estudantes Secundaristas.
Araripe Serpa foi escolhido para presidir a entidade, João Pessoa Albuquerque, foi o primeiro vice-presidente da UPES, que naquele momento era composta ainda pelos estudantes: Nelson Guarnieri Lara, Geraldo Souza e Francisco Rocha Morel.
Pouco mais de um ano depois de sua fundação, em 29 de outubro de 1949, é realizado o Congresso Paulista dos Estudantes Secundários, na Escola Normal Caetano de Campos, que contou com a presença de cerca de 80 estudantes. Na ocasião, estudantes anticomunistas partem para agressões físicas, e o congresso teve que ser transferido para Associação dos Profissionais de Imprensa de São Paulo, na Rua da Consolação.
A UPES e o golpe miltarAté 1964, a UPES teve importante atuação entre os estudantes, "A UPES na ocasião estava empenhada, por um lado, em organizar os estudantes em todo o Estado, através de seus grêmios e outras organizações similares; por outro, em conscientizar os estudantes da realidade brasileira, isto é, queríamos que os estudantes tomassem consciência das desigualdades e dos problemas sociais e econômicos vividos pelo país. Como todo o período se politizou muito, em seguida, a UPES passou a defender, junto com a UEE (União Estadual dos Estudantes universitários) e com vários sindicatos de trabalhadores, as reformas de base defendidas pelo governo Goulart, ou seja, reforma urbana,reforma agrária, reforma universitária, reforma da saúde. Essas atividades eram desenvolvidas através de um programa denominado UPES Volante, que viajou o estado inteiro, quando tive oportunidade de fazer palestras em inúmeros colégios" afirma José Álvaro Moisés, presidente da entidade eleito em 1963. No entanto, de acordo com Moisés, toda essa atuação cessou em 1964 com o golpe de Estado dado pelos militares brasileiros contra o governo constitucional do presidente João Goulart, do PTB.
Em 1967, clandestinamente, os estudantes voltam a se organizar no Estado de São Paulo e Antônio Guilherme Ribeiro Ribas, conhecido apenas como Ribas, é eleito Presidente da UPES. Naquele momento, apesar de toda a repressão, os estudantes não recuavam e realizam diversas atividades, de acordo Fernando José Cardim de Carvalho, estudante e militante no Colégio CEDOM, o grande debate da época no movimento estudantil eram sobre a importância relativa dos objetivos nacionais, como o fim da ditadura, e das demandas específicas dos estudantes, como melhores condições de ensino. "Entre os militantes, havia um enorme companheirismo, gerado especialmente pelo sentimento compartilhado de que, de algum modo, estávamos fazendo história. Este sentimento é muito marcante e permanece com você para sempre. A idéia de que nós estávamos lá, que 1968 não é algo de que ouvimos falar, mas algo que nós fizemos, certo ou errado" declarou Carvalho.
Carvalho, afirmou ainda que, esse foi um período em que muitos erros foram cometidos, que custaram a vida de muitos companheiros em sua juventude. Esse é o caso, de Ribas, então Presidente da UPES, preso ainda durante sua gestão, no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna. Após sair da prisão, Ribas entrou na clandestinidade, mudou-se para o Rio de Janeiro, e pouco depois tornou-se guerrilheiro na região do Araguaia, onde, foi assassinado pelos militares.
Com o afastamento de Ribas, foi realizado ainda em 1968, um novo congresso da UPES, onde Marcos Palácios foi eleito novo presidente da entidade, no entanto, com o aumento da repressão, a UPES foi obrigada mais uma vez a cessar suas atividades.
A UPES é reconstruídaDécada de 80, início do processo de abertura política no país. O ano de 1982 foi marcado pela reconstrução UPES. Com a participação de 46.700 estudantes, Henrique Soares Carneiro, foi eleito Presidente da entidade, que pela primeira vez elegeu seus dirigentes por meio de eleições diretas.
Foi ainda na década de 80 que a UPES teve sua primeira Presidenta.
A UPES na década de 90Passando por problemas estruturais, mais uma vez a UPES passa por um período difícil na primeira metade da década de 90, até que em 1996, o município de Mauá, na região do grande ABC, é palco de mais um Congresso de reconstrução.
João Eduardo Gaspar é eleito Presidente, a UPES conquista uma sede na Vergueiro, e mais uma vez, se posiciona em defesa da educação e dos estudantes paulistas.
Com o slogan "Nós Apenas Começamos", é eleito Presidente da entidade em 1998, em Indaiatuba, interior do Estado, o estudante Emerson Martins, reeleito em 1999 em Marília, para mais uma gestão.
A UPES na mudança de séculoAno 2000, enquanto muitos dizem que a juventude do novo século é apática e despolitizada, os secundaristas do Estado de São Paulo, mostram que não brincam em trabalho.
A UPES do século XXI acumula a cada dia mais gás e disposição. "Apesar de todos que tentaram calar a voz dos estudantes, a UPES sempre conseguiu achar uma nova maneira de superar os desafios colocados. Quando olhamos para a história da entidade, notamos que a luta e a garra de milhares de estudantes valeu a pena, e quando cada um de nós, atuais dirigentes da UPES, acordamos e iniciamos mais um dia de luta, vislumbramos que a perspectiva de construção de um sonho ainda vive", afirma Arthur Herculano, atual presidente da UPES.
Em 60 anos, apesar das dificuldades enfrentadas, a UPES acumula vitórias em todo o Estado de São Paulo, e hoje, mais do que nunca, comemora, afinal são 60 anos de lutas.
Aos 60 anos, nós apenas começamos!


Amira Abboud Pompêo de Camargo
Jornalista e responsável pelo projeto de Memória da UPES