sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mauro rebate explicações de Barbieri sobre exoneração


O prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), exonerou o coordenador do Orçamento Participativo (OP), Mauro Bianco, e mais dois integrantes do setor, Denise Aparecida Gonzaga, que também era presidente do Conselho Municipal da Mulher, e Rodrigo Martins. Os três são integrantes do Partido Pátria Livre (PPL), sendo que Mauro Bianco é membro da executiva nacional e presidente do Diretório Municipal de Araraquara.

Segundo reportagem do jornal O Imparcial, em reunião realizada no domingo (12), na Prefeitura, Barbieri apresentou a razão para a saída de Bianco e seus assessores. “Quando o Marcelo anunciou que nós sairíamos, eu perguntei a razão, e ele explicou que seu governo tinha sofrido uma grande derrota nas eleições da Câmara Municipal, e que o resultado tinha sido influenciado pessoalmente pelo ex-prefeito, e atual deputado estadual, Edinho Silva (PT). Eu contestei a versão, disse que pela minha leitura política o Edinho não tinha tido participação alguma no processo”, afirmou Bianco.

O prefeito contestou, prossegue a reportagem, dizendo que tinha informações seguras a respeito de uma suposta reunião na residência da vereadora Juliana Damus (PP), quando esta teria voltado atrás em apoiar Elias Chediek (PMDB).

“Ele me garantiu ter certeza de que a reunião aconteceu, e que quando a Juliana voltou atrás, acabou levando com ela o voto de um outro vereador que já estaria acordado com a candidatura do Chediek. O Marcelo me disse então, ter absoluta certeza de que quem articulou sua derrota na Câmara foi o Edinho, e que como a relação principal do PPL em nível nacional é com o PT, do Edinho, ele não via mais clima para manter meu grupo no governo municipal”, informou Bianco.

Ele disse ter ficado surpreso com a decisão do prefeito, até porque o PPL não teve participação na eleição para a mesa diretora da Câmara. “Estou lado a lado com o Marcelo há mais de 30 anos. Atravessamos juntos bons e maus momentos, e minha ida para o PPL foi conversada com ele no gabinete, nunca houve nada resolvido por fora. Estou realmente surpreso, especialmente porque o PPL não teve nenhuma participação nas eleições da Câmara”, frisou Bianco.

“O que ouvi nos últimos dias sobre a eleição do vereador Aluisio Bráz, o ‘Boi’, dá conta de várias e diferentes situações que acabaram transformando uma candidatura condenada à derrota, em uma candidatura vitoriosa. O nome do Edinho não aparece em momento algum no processo, e eu disse isso ao Marcelo, mas ele está convicto que o Edinho jogou contra seu candidato. Fazer o que?”, sublinhou.

O jornal registrou em sua reportagem que os três integrantes do PPL tiveram importante participação na campanha vitoriosa de Marcelo Barbieri em 2008. Este ano, Mauro Bianco e os membros do PPL apoiaram as candidaturas de Dilma e Mercadante, enquanto o prefeito atuou nas campanhas tucanas de Serra e Alckmin.

O presidente do PT-SP e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, emitiu nota de esclarecimento a respeito da eleição da mesa diretora da Câmara e da saída de Bianco do OP: “Mauro Bianco é filiado ao PPL, que esteve na coligação que apoiou Dilma Rousseff para a presidência da República e Mercadante ao governo de São Paulo. Esta é a relação política existente entre Mauro Bianco, o PT e, conseqüentemente, a minha pessoa, enquanto Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores”.

“Esclareço que jamais participei de nenhuma reunião envolvendo qualquer articulação para definir posições relacionadas à eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Araraquara. Jamais me reuni com a vereadora Juliana Damus para debater suas posições em relação à votação da mesa e, no contexto, no qual foram divulgadas essas informações, beira a leviandade afirmar que estive no domicílio da vereadora tratando de assuntos referentes à Câmara Municipal de Araraquara”, disse Edinho.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Entidade se prepara para levantar bandeiras dos estudantes araraquarenses no Festival.


O 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, principal fórum mundial da juventude, que será realizado entre os dias 13 à 21 de Dezembro na África do Sul. Organizado pela Federação Mundial da Juventude Democrática - FMJD, juntamente com juventudes e entidades de diversos países, o 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes será um espaço para intercâmbio de idéias e experiências e construirá uma plataforma para reunir esforços e intensificar a luta nos países dos jovens participantes. Com 63 anos de tradição, o Festival se consolidou no roteiro de atividades de organizações que lutam pela paz no cenário internacional. Nesta edição o Festival trará como tema: "Por um Mundo de Paz, Solidariedade e Transformações Sociais, derrotemos o imperialismo!".

No evento serão discutidos temas de interesse da juventude mundial, como educação, emprego, esporte, cultura, saúde, entre outras inúmeras atividades de intercâmbio social, também exposições, concursos artísticos e torneios esportivos.

O Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes é o principal encontro internacional de juventude, cuja primeira edição foi realizada na cidade de Praga, antiga Tchecoslováquia, dois anos após a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, teve como eixo central a denúncia de crimes cometidos pelo nazifacismo. De lá para cá, o Festival percorreu os continentes europeu, asiático, africano e latino americano. O mais recente foi organizado na cidade de Caracas, capital da Venezuela, em Agosto de 2005. Esta será a primeira vez que o Festival ocorre na África Subsaariana.

Araraquara esteve presente nos últimos dois Festivais, o 15° realizado na Argélia e o último, realizado na Venezuela.
A tradição de ter por 18 anos a UMESA em Araraquara e a experiência que vem sendo adquirida através do Conselho Municipal da Juventude são alguns ingredientes que serão levados pelos brasileiros, ressaltando as conquistas e bandeiras desses importantes instrumentos.
A UMESA está organizando sua delegação, junto com o Conselho Municipal da Juventude e juventudes partidárias, com o sentido de levar as experiências vividas aqui, além de levar os avanços que foram realizados nos últimos anos no Brasil, em especial na educação, que viveu momento de construção de novas escolas técnicas, novas vagas nas universidades federais e a criação do Prouni.
Para a presidente da UMESA, Thais de Sousa Silva, "será um momento importante para os brasileiros e a participação araraquarense no Festival vem para ampliar a discussão com a juventude, trazendo experiências mundiais para lutarmos pela aplicação no Brasil".
Ainda segundo Thais, "Araraquara tem um histórico rico no sentido de formar lideranças juvenis, o exemplo é o próprio Prefeito Marcelo Barbieri, que comandou a UNE em momento histórico do país."

A entidade municipal, pretende participar com 2 diretores no Festival Mundial da Juventude e conta com apoio de empresários e lideranças políticas locais para poder enviar seus representantes.
O Festival ocorre, entre 13 à 21 de Dezembro no Distrito de Soweto, Johanerburgo - África do Sul. Maiores informações e para ajudar a viabilizar a participação da entidade no Festival podem ser enviados email para
thais@umesa.org.br ouwalter@umesa.org.br ou contato via telefone no (16) 3214 5704 ou (16) 9150 2389.

sábado, 13 de novembro de 2010

CPC-UMES estreia montagem de Bertold Brecht

Diálogo através da arte. Essa foi a forma escolhida pelo Centro de Cultura Popular 8 de Março para dar forma, cor e som ao desejo da juventude brasileira de descobrir sua identidade cultural. Criado há 14 anos, por iniciativa do cineasta Denoy de Oliveira, o CPC busca garantir os direitos da juventude no acesso e na produção cultural.

No último dia 29 de outubro o centro estreiou mais uma produção: a peça Santa Joana dos Matadouros, de Bertold Brecht, com direção de José Renato. A escolha se deu, entre outras questões, pela atualidade do tema da peça. Embora esteja ambientado na Chicago do início do século XX o enfoque econômico/social guarda grande semelhança com as crises econômicas e os valores atuais.

Com um elenco de 17 atores e atrizes, além de três músicos, a peça — que trata das tensões entre capitalistas e das agruras vividas pelos trabalhadores de Chicago durante o inverno e no auge da crise econômica de 1929 — teve grande sucesso de público e crítica na primeira temporada, nos meses de junho e julho deste ano. O autor coloca em cena os mecanismos que levam à degradação da economia: superprodução, falta de mercado para escoá-la, especulação e aumento da exploração, o que, por sua vez, leva à exacerbação das tensões com mais quebradeira, mais fome e produz seu oposto; os movimentos operários contra as duras condições impostas aos trabalhadores.

A professora de teoria literária, Iná Camargo, pesquisadora da obra de Brecht, à saída de uma das encenações destacou: “Dá gosto de ver! É a primeira encenação desde que se instaurou a crise e isso mostra uma capacidade de apreensão da realidade que é impressionante”. “A peça mantém sua atualidade diante das necessidades de saída justa para a crise que enfrentamos nos dias de hoje”, completou. Para o diretor José Renato este é “um espetáculo vivo, criado, em sua maioria, por atores jovens e motivados, e, por isso mesmo, polêmico e sujeito a alterações criativas”.

Gabriel Alves, representante do CPC no Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), falou com o juventude.gov sobre a montagem e o envolvimento do CPC 8 de Março com a peça. Confira:

Como se deu a escolha do espetáculo e do diretor?

Escolhemos o espetáculo “Santa Joana dos Matadouros” por se tratar de um espetáculo extremamente atual. apesar de Brecht ter escrito a peça há cerca 80 anos. O espetáculo retrata conflitos ocorridos nos matadouros de Chicago no auge da grande depressão de 1929, mostra como os grandes empresários da carne, para salvar seu couro e seu bolso, repassam os prejuízos aos trabalhadores e se aproveitam da oportunidade para “com muita classe balançar a corda do vizinho” e aumentar seu monopólio com a incorporação de outras empresas. Tudo igual ao que se passa hoje nos grandes centros capitalista. O conflito se desenvolve em enredo brilhante e aguerrido como é da tradição dos textos de Bertolt Brecht.

Esses elementos nos levaram a decidir pela peça, a decisão de buscar José Renato para dirigi-la foi natural e automática, afinal ele é um dos principais nomes do teatro nacional, profundo conhecedor da obra do autor e tem em seu currículo várias montagens de seus textos, um deles (Turandot) inclusive foi produção nossa.

Qual a relação da temática com o universo juvenil?

Na busca pela saída da crise os monopólios buscam repassar a toda sociedade os seus prejuízos, basta ver como a população dos países mais atingidos por ela tem sofrido seus efeitos. E aqueles que possuem menos dinheiro e se encontram nos postos de trabalhos mais precários são exatamente os que mais sofrem, pois o pouco que lhe resta é tirado. Nessa situação os jovens são sem dúvida os mais atingidos e isso pode ser comprovado pelo recente estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Portanto devemos buscar compreender a crise, entender como ela surgiu e enfrentar o mal em sua raiz. O jovem deve estudar para conhecer isso, por isso a temática tem ligação com universo juvenil e também com o interesse de toda a sociedade, uma vez que a ação dos monopólios tem prejudicado a todos.

No release o diretor fala de atores “jovens e motivados”. Como foi feita essa seleção?

Para a seleção dos atores partimos de um grupo de atores que já trabalharam conosco, com isso resolvemos uma parte do elenco. Depois buscamos a partir das relações de cada artista, dos membros da Cooperativa Paulista de Teatro e do conhecimento de José Renato preencher as outras vagas do espetáculo. São 17 atores e três músicos, em sua maioria jovem, mas acima de tudo atores com experiência teatral e capacidade artística.

Em sua opinião qual o papel da cultura e do estímulo à produção cultural na formação da identidade dos jovens brasileiros?

A cultura como elemento chave da construção da nacionalidade é fundamental na construção da identidade dos jovens brasileiros. Não é possível pensar em uma nação livre e saudável formada por um coletivo de cidadão despersonalizados e dependentes. A cultura é responsável por construir o imaginário, em mobilizar os sentimentos do povo e essa construção não se alcança por uma cultura enlatada, pasteurizada e exportada em baús pelas grandes multinacionais. O Brasil deve investir cada vez mais da produção cultural, mas também garantir a circulação do que é produzido por nós e principalmente na defesa dos espaços da cultura nacional nas rádios, tevês, cinemas, teatros e outros equipamentos culturais país afora. Investir na cultura e defende-la é garantir a identidade de nossa juventude.

Ana Cristina Santos
Ascom/Conjuve

SERVIÇO:

“Santa Joana dos Matadouros” fica em cartaz todas as sextas e sábados, às 21h e domingos, às 20h no Teatro Denoy de Oliveira, Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista, São Paulo (SP).

Para contato: (11) 3289-7475.

1º Encontro Nacional de Grêmios da UBES: faça aqui sua inscrição

Centenas de grêmios estudantis de todo o Brasil se reunirão para a realização do 1º Encontro de Grêmios Estudantis da UBES, do dia 15 a 18 de janeiro, no Rio de Janeiro. Abaixo, link direto para o formulário de cadastro para o encontro

Ao todo, serão quatro dias em que os alunos terão a possibilidade de participar de atividades como oficinas de comunicação, finanças, atividades esportivas e debates sobre o papel da mulher na sociedade, o movimento LGBT, meio ambiente e cultura, como montar o estatuto do grêmio, captação de recursos, entre outros.

Além de servir como termômetro para diagnosticar como está e o que pode ser feito nas escolas onde os grêmios atuam o encontro ajudará a canalizar todas as experiências de trabalho e de lutas que estão sendo desenvolvidas em todas as escolas do país pelos estudantes.

“Realizar essas atividades são muito importantes, principalmente as que orientam os jovens a se organizar dentro da sua escola”, declarou o diretor de grêmios da UBES, Rarikan Heven.

Yann Evanovick, presidente da UBES, considera o encontro válido levando em consideração o amadurecimento político que o jovem adquire através do grêmio estudantil. “Esse contato dá ao jovem uma bagagem política muito importante para lutar, também, por outras bandeiras”, afirmou.

Inscrições
Não perca tempo. Os estudantes de escolas técnicas já podem fazer o seu cadastro para participar do 1º Encontro Nacional de Grêmios da UBES, de 15 a 18 de janeiro, no Rio de Janeiro.

Para agilizar o processo de cadastramento, a entidade criou um formulário online, permitindo que o participante faça seu cadastro de forma rápida e prática. Faça aqui o cadastro do 1º Encontro Nacional de Grêmios da UBES e fique atento ao portal EstudanteNet. A qualquer momento, informações sobre a programação do encontro e muito mais!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bolinha de papel ou rolinho de durex, o que muda?

Globo e Serra deviam ser enquadrados no Código Penal por propaganda enganosa e falsidade ideológica.

1. O que a reportagem da Globo mostrou sobre a cocuruto (alto da cabeça) de Serra foi um rolinho de durex. O locutor inclusive (ele que nos desculpe, mas somos obrigados a registrar) frisou: "objeto transparente".

2. O que o "perito" mostrou foi um rolo bem maior de fita crepe (larga e opaca) que, segundo ele, teria atingido o lado esquerdo (e não o alto) da cabeça do candidato. Ou seja, o vigarista quis passar a impressão de que Serra foi atingido por um objeto mais pesado.

3. A imagem da Globo mostra também que o rolinho não fez nem cosquinha. Serra não levou a mão à cabeça, nem parou, seguiu andando normalmente, o que não teria ocorrido se tivesse sofrido o impacto de um objeto pesado.

4. Só na imagem seguinte, ou seja, depois de um corte, é que Serra aparece com a mão na cabeça. O locutor para disfarçar o corte diz que o celular que estava filmando foi baixado e quando erguido captou a cena em que Serra pôs a mão na cabeça. Mas não disse quanto tempo passou entre o registro de uma cena e da outra. Não disse porque não sabia ou porque não queria perder o emprego.

5. Uma bolinha de papel tem aproximadamente 5,6 gramas. Um rolinho de durex, umas 8 gramas. Nada disso causaria, como não causou, qualquer incômodo ao candidato. Ele simulou tontura e nauseas para fazer-se de agredido, quando foram seus guarda-costas e leões de chácara que iniciaram a confusão ao rasgar cartazes e atacar os sindicalistas.

6. Portanto, o presidente Lula está mais do que certo ao compará-lo com o goleiro Rojas. Para ser mais exato, só faltou dizer que é muito pior do que o Rojas. Tudo o que o Lula declarou em relação à bolinha de papel, vale igualmente para o rolinho de durex.

7. E a Globo, mais uma vez, deixa claro que manipular é seu lema, particularmente quando chegam as eleições.

8. Assista o video da reportagem com calma e atenção e nos diga se não estamos certos.

Clique para ver o video

Serra - o Rojas brasileiro

Amigos
Acabo de assistir à reportagem do SBT sobre a "agressão" a José Serra. A reportagem é impagável. Vejam e tirem as conclusões por si mesmos. O "objeto não identificado" é uma bolinha de papel arremessada de poucos metros. Serra na hora não sente nada e continua a caminhada. Um tempo depois recebe um telefonema, põe a mão na cabeça e começa o teatro.
Lembra o goleiro Rojas do Chile em um jogo contra o Brasil em 1989, quando ele fingiu ser atingido por um rojão para tentar anular a partida na qual seu time perdia por 1X0. O resultado todos sabem: o Brasil ganhou o jogo, Rojas foi banido do futebol e a fogueteira ganhou muito dinheiro posando nua. O enredo é parecido. Agora falta achar a fogueteira de Serra...

Veja e compare:
A farsa de Serra (Calçadão de Campo Grande 2010)
A farsa de Rojas (Maracanã 1989)

sábado, 16 de outubro de 2010

FHC: “o Serra foi um dos que mais lutou para privatizar a Vale”

“O [José] Serra foi um dos que mais lutou a favor da privatização da Vale”, diz Fernando Henrique Cardoso, em vídeo contendo uma entrevista sua a Augusto Nunes, da “Veja”.

“Tem muita gente que diz que o Serra é estatizante. Não, não é nada disso”, destacou, desabafando e abrindo o coração.

Instado a contar a história da entrega da Vale do Rio Doce, FHC diz que: “demorei muito tempo para me convencer que era necessário privatizar a Vale”. “Eu vinha de outra formação. Tinha uma resistência psicológica a isso”, tenta convencer FHC. Após dizer isso, FHC elogia a privatização das siderúrgicas. “Elas estão aí e deram certo”, afirmou.

FHC lembra que Serra também insistiu para que a Light fosse privatizada. “A Light também foi o Serra”.

Após arrematar a Vale do Rio Doce, Benjamin Steinbruch, dono do grupo Vicunha, queixou-se junto a vários tucanos que Ricardo Sérgio, ex-caixa de campanha de Serra e FHC e então diretor do Banco do Brasil, estava lhe pressionando para pagar uma comissão pelo “trabalho” que teve para reunir os fundos de pensão estatais em torno de seu consórcio. Luiz Carlos Mendonça de Barros foi um desses tucanos. Ele disse depois, em entrevista, que não se lembrava se eram 15 milhões de reais ou de dólares. “Mas naquele tempo (1998, um ano após a privatização da Vale) não fazia diferença por causa da cotação, que era próxima”, diz o ex-ministro. Paulo Renato foi outro tucano a quem Steinbruch andou se queixando.

No início de 2001, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) já tinha denunciado que Ricardo Sérgio cobrou do consórcio Telemar uma propina de R$ 90 milhões na privatização das teles.

CONJUVE realiza 3º Encontro Nacional de Conselhos de Juventude


Na 22ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Juventude, a comissão de articulação e diálogo anunciou a nova data do 3º Encontro de Conselhos. O evento acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de novembro, em Brasília. As inscrições também foram prorrogadas e ficam abertas até o dia 20 de outubro. A decisão foi motivada pela necessidade de garantir melhores condições para organização do evento.

Os critérios para inscrição continuam os mesmos. Os conselhos devem se reunir e indicar representantes. No caso dos conselhos municipais serão asseguradas duas vagas para representantes, os conselhos estaduais podem indicar três representantes. O Conjuve recomenda que as indicações sejam equilibradas quanto a questões de gênero e de raça e garantam a participação de representantes do governo e da sociedade civil, bem como de indígenas, quilombolas, LGBT e pessoas com deficiência.

Saiba mais

O Encontro Nacional de Conselhos de Juventude é um evento promovido pelo Conselho Nacional de Juventude – Conjuve, sob a responsabilidade da Comissão de Articulação e Diálogo. Seu objetivo principal é socializar as experiências nacionais, estaduais e municipais em torno das Políticas Públicas de Juventude (PPJ). O encontro também se constitui como um espaço de formação para os conselheiros e estimula o progresso da Rede de Conselhos.

Podem participar representantes de conselhos municipais e estaduais de todo o país. As inscrições são feitas através do site do Conjuve (www.juventude.gov.br), até o próximo dia 20 de outubro. Além de preencher a ficha de inscrição os interessados devem preencher a declaração disponível na ficha de inscrição, digitaliza-la e enviar para o e-mail encontrodeconselhos@planalto.gov.br


Ascom/Conjuve

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

UNE e Ubes garantem apoio do movimento estudantil a Dilma

As duas principais entidades do movimento estudantil brasileiro decidiram, no começo desta semana, declarar apoio a Dilma Rousseff no segundo turno da eleição presidencial. Tanto a UNE (União Nacional de Estudantes) quanto a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) entendem que a missão maior do movimento é impedir a volta da "direita privatista" ao poder."A diretoria plena da UNE, em reunião histórica, acaba de decidir indicar o voto para Dilma Rousseff Presidente da Republica", escreveu no Twitter o presidente da UNE, Augusto Chagas."A UNE não se pauta nos interesses de nenhum partido, governo ou pessoa. Nosso compromisso é com a historia d Brasil. Isto está em jogo no 2º turno", agregou Chagas.Já a Ubes, em nota, declarou que mais uma vez colocará os caras-pintadas nas ruas para impedir a volta da direita ao poder.De acordo com a entidade, "somente a candidatura de Dilma Rousseff reúne as condições para avançar ainda mais na construção de um país, justo, democrático e soberano, onde os movimentos sociais possam apresentar suas demandas e disputar os rumos desse novo Brasil que está nascendo".

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Não deu para levar no 1º, mas...

Dilma obteve um milhão de votos a mais do que Lula no 1º turno da eleição de 2006. Serra, 6,8 milhões a menos que Alckmin.E os eleitores de Marina, vão votar em Serra depois dele tê-la acusado de conivência com o "mensalão"?E os eleitores do PSOL, vão avalizar as "políticas privatistas" do campo Dem-PSDB?E nós, vamos ficar amolados porque a cobra não morreu com a primeira paulada ou vamos, sem perda de tempo, aplicar-lhe a segunda?

sábado, 7 de agosto de 2010

Agora é a vez da Juventude: Plenária Temática de Juventude do OP ocorre neste dia 11.

11 de Agosto, dia do estudante! Mais do que isso para a cidade de Araraquara, que neste dia 11 de Agosto discutirá os recursos do Orçamento Participativo 2010. A Plenária discutirá onde serão investidos cerca de R$200 mil e todo jovem a partir de 16 anos tem direito a voto.
A Plenária Temática de Juventude ocorre no dia 11 de Agosto às 19h no CER Leonor Mendes de Barros - Pq. Infantil. Agita a galera da sua sala de aula ou escola e venha junto com a UMESA participar deste importante evento de nossa juventude.

Após Audiência Pública, Sistema Sesi de Ensino é aprovado na Câmara Municipal


A Audiência Pública realizada na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, na noite de quinta-feira, 05, para discutir a implantação do Sistema Sesi de Ensino nas escolas da rede municipal de ensino, antecedeu a votação no dia seguinte do projeto de Lei da Prefeitura em Sessão Extraordinária. A aprovação aconteceu por unanimidade.Começando pela Audiência Pública solicitada pelo vereador Carlos Nascimento (PT), ela foi avaliada pelos presentes como muito importante devido aos esclarecimentos de duvidas que os professores e diretores, além da população, tinham sobre a implantação da parceria.No evento, que antecipou a sessão realizada na Câmara Municipal de Araraquara, que promoveu uma discussão extraordinária para votação do projeto, foi esclarecido que o sistema foi escolhido devido à qualidade no ensino, visando maior qualificação dos alunos das 13 escolas municipais de Araraquara.Nascimento abriu a audiência explicando o motivo do encontro, que segundo o parlamentar, é um compromisso do Legislativo com a população Araraquarense. “Estamos cumprindo uma obrigação que poderia ser realizada sempre que necessário. Debater temas importantes para a sociedade e que mereçam a opinião pública, e obrigação do legislativo. Uma forma democrática de incluir os araraquarenses no desenvolvimento da cidade”, destacou.O vereador ainda salientou que o propósito também é de criar uma comissão para acompanhar o novo sistema no município. “Queremos ser parceiro desta discussão de forma respeitosa com nossos educadores”, acrescentou.Um dos maiores questionamentos dos professores foi à troca do material didático que teria que ser discutida e debatida antecipadamente com a classe para que os educadores não sejam pegos de surpresas com a nova forma de lecionar. O custo do projeto também foi debatido, além da equiparação salarial dos docentes.Sandra Aparecida De Santi, presidente do Conselho Municipal de Educação colocou algumas dúvidas, mas destacando a troca será positiva. Fernando Carvalho, assessor da Diretoria Regional e da Superintendência Operacional do Sesi, ministrou uma breve palestra explicativa sobre ensino da instituição, afirmando que o Sistema passará a ser utilizado a partir do ano letivo de 2011, e que até lá ocorrerão treinamentos dos professores e envolvidos na implantação. “Viemos para agregar valor a rede municipal de ensino, queremos colaborar para um futuro melhor e mais preparado dos alunos”, disse.Em resposta ao representante do Sismar - Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região, Marcos Zamboni, Carvalho informou que a parceria custará por aluno aproximadamente R$ 110 reais anuais. “Não mais que isso” incluindo todo o material didático necessário para o aprendizado. Nino declarou que a parceria vem valorizar o ensino de Araraquara, conseqüência do que a administração do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) vem buscando com seu mandato, um caminho para melhorar a educação. “É a realização de sonhos”, afirmou.Também participaram do debate, os vereadores Elias Chediek (PMDB), Tenente Santana (PSDB) Édio Lopes (PT), Roberval Fraiz (PRB), Márcia Lia (PT) e Aluisio Braz (PMDB), além dos secretários municipais e integrantes do setor educacional do município.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

21º Congresso da UMES - "Eu vou a luta é com essa juventude"

A UMES encerra mais uma gestão de grandes conquistas e realizações. Entre manifestações, seminários, palestras, assembléias, cursos de qualificação, realização de atividades culturais e debates intensificamos nossa participação junto aos estudantes paulistanos. Guiados pelo nome de nossa chapa “Verás que um filho teu não foge à luta.”, temos como o maior legado conduzir, através dos grêmios estudantis e sua organização, a juventude paulistana à construção de um Brasil cada vez melhor e cada vez mais com a cara do povo brasileiro. Os últimos anos foram marcados por muitas conquistas e vitórias para o povo brasileiro, em especial para nós jovens. O governo federal tem tomado diversas medidas que estão permitindo o avanço e o crescimento do Brasil. As condições de emprego melhoraram, o Bolsa Família tirou muita gente da miséria absoluta; desde 2004, quando foi criado, até o fim de 2009 o ProUni (Programa Universidade Para Todos), concedeu 596 mil bolsas de estudo parciais e integrais a estudantes de baixa renda, o número de vagas nas Universidades Federais mais que dobrou, foram construídas 13 novas universidades e 120 novos campi pelo interior do país. Outra grande conquista de nosso povo foi, sem dúvida, a descoberta, pela Petrobras, do petróleo da camada de Pré-Sal, que inaugura uma nova era na história de nosso país; as imensas jazidas do pré-sal, situadas a mais de 8 mil metros de profundidade, guardam uma reserva que pode chegar até a 300 bilhões de barris de petróleo, uma riqueza estimada em 10 trilhões de dólares, a base necessária para que o Brasil se transforme definitivamente numa Nação desenvolvida. É com o pré-sal que vamos garantir o desenvolvimento da indústria nacional, o acesso à educação de qualidade, à saúde de qualidade e à geração de empregos dignos aos brasileiros. Por outro lado, a juventude paulista tem sofrido, há pelo menos 16 anos, o descaso de nosso governo estadual em especial com a educação. Com uma escola pública cada vez mais sucateada e desestruturada, professores com salários arrochados, sofrendo um grande processo de desvalorização profissional e sem nenhum acompanhamento pedagógico além das cartilhas do aluno e professor, mal preparadas e com pouco conteúdo, sem nenhuma política de integração com a comunidade, nossas escolas estão cada vez mais perdendo a característica de instituição de ensino e se tornando verdadeiros depósitos de crianças e adolescentes, sem contar a falta de investimento que levam a direção escolar a cada vez mais recorrer à sociedade para manter as escolas funcionando. A realidade nos deixa claro, que a política aplicada por Serra e seus antecessores tucanos, pra educação paulista, é a da “Ignorantocracia”, contrária a qualquer valorização de mérito, pois não há nenhum mérito em ter a educação que temos se não o de nossos guerreiros e combativos professores e de nossos colegas de classe que debaixo das piores condições vão à luta e não deixam de sonhar com um futuro melhor. Para dar sequência a nossas grandes conquistas e fazer do Brasil uma grande Nação, precisamos de uma UMES ainda mais forte e contamos com você nessa luta.
Abaixo a “ignorantocracia” de Serra!!! Viva a Petrobras!! Viva o Brasil e a juventude brasileira!! Todos ao 21º Congresso da UMES!

Ana Letícia Oliveira
Presidente da UMES

1. CONJUNTURA NACIONAL

O PRÉ-SAL É NOSSO! LEILÃO É PRIVATIZAÇÃO!
No final da década de 40 e início da de 50 os estudantes brasileiros capitaneados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), sindicatos, intelectuais, organizações sociais, iniciaram a campanha “O Petróleo é Nosso”, que se tornou um dos maiores movimentos populares da história do Brasil. A mobilização popular permitiu que o presidente Getúlio Vargas promulgasse a Lei 2004 que criou o monopólio estatal do petróleo e fundasse em 3 de outubro de 1953 a Petrobras, para que executasse todas as atividades do setor petrolífero no país. Desde então a Petrobras se dedica única e exclusivamente ao desenvolvimento do país e foi a responsável pela nossa auto-suficiência e pela descoberta das jazidas de petróleo da camada pré-sal. O povo brasileiro vive agora o início de uma nova era de nosso país. A descoberta pela Petrobras do petróleo na camada pré-sal já é considerada o maior acontecimento da História recente de nosso país. A descoberta destas imensas jazidas de petróleo pela Petrobras é um dos maiores feitos da engenharia de toda a história. Situado a oito mil metros de profundidade foram encontradas reservas confirmadas de 80 bilhões de barris, que podem chegar a 300 bilhões, espalhadas pelo litoral de Santa Catarina ao Espírito Santo, o que elevaria o Brasil ao maior detentor de petróleo em todo o globo. A riqueza do pré-sal está estimada em 10 trilhões de dólares, quase 10 vezes o PIB brasileiro (valor de tudo o que o Brasil produz durante um ano inteiro de trabalho); é a base para que o Brasil se transforme definitivamente numa Nação desenvolvida, que supere a dependência externa que trava o nosso crescimento. Com o pré-sal podemos garantir o desenvolvimento da indústria nacional, garantir o acesso à educação e saúde de qualidade à nossa população, e gerar empregos dignos ao povo brasileiro.

FHC/SERRA, AS PRIVATIZAÇÕES E A PETROBRAX
Em 1997, o governo tucano de FHC/Serra, aplicando a cartilha do neoliberalismo, mudou a lei do petróleo, acabando com o monopólio da Petrobras e efetuou, através de leilões, a entrega de reservas brasileiras às multinacionais. FHC chegou até mesmo a tentar privatizar a estatal, o que só não foi possível graças à mobilização do povo brasileiro, que barrou a venda da Petrobras. A lei de FHC estabelece o regime de concessão e dá 100% da propriedade do petróleo a quem o extrair. Tal regime prevê o pagamento de no máximo 20% do lucro do petróleo à União. Ou seja, dá o nosso petróleo de mãos beijadas às empresas que o retirarem do subsolo. A política tucana foi tão nociva à Nação, que em muitos leilões, através dos quais foi vendido o petróleo, a Petrobrás foi impedida de participar. Após a descoberta do Pré-sal, o governo do presidente Lula, que barrou as privatizações de FHC, teve papel crucial para a defesa do nosso país, e apresentou no Congresso Nacional uma nova mudança na Lei do Petróleo, estabelecendo o regime de partilha. O novo modelo estabelece a propriedade do petróleo ao Estado e não mais às empresas que o extraírem, permitindo que o governo possa utilizar os recursos oriundos do Pré-sal em educação, ciência, meio-ambiente, erradicação da pobreza, obras de infra-estrutura e no desenvolvimento de nossa indústria e empregos. Fernando Siqueira, presidente da AEPET(Associação dos Engenheiros da Petrobrás) explica que o maior problema da indústria petrolífera no mundo é o risco exploratório “porque custa uma fortuna perfurar um poço de petróleo”. Citou como exemplo o poço pioneiro do pré-sal, feito pela Petrobrás, ao custo de 260 milhões de dólares. “Dinheiro que multinacional nenhuma arriscaria a gastar na plataforma do Brasil para achar petróleo”.

O PRÉ-SAL PROVOCARÁ UMA REVOLUÇÂO NO FUTURO DO NOSSO PAÍS
A proposta apresentada pelo governo ao Congresso Nacional estabelece o novo marco regulatório sobre a exploração de petróleo no país. Coloca a Petrobras como única empresa extratora do petróleo do Pré-sal, o que garante controle sobre a quantidade de óleo retirado de acordo com a necessidade do país, para que possamos explorar o Pré-sal da forma que julgarmos necessário. Porém, existe uma grande movimentação estrangeira através de seus representantes com o objetivo de barrar a nova regulamentação e se manter o regime de concessão. As multinacionais têm total interesse na manutenção do regime de concessão, já que este permite a entrada delas no Pré-sal com lucros exorbitantes e podendo levar todo o petróleo aos seus países, sem qualquer compromisso com o Brasil. O Pré-sal é uma riqueza fantástica e, como tal, deve ser preservado para que os recursos dele provenientes sejam utilizados unicamente a favor da nação brasileira. Nesse sentido, somente a Petrobras reúne as condições técnicas, econômicas e históricas para garantir que esta imensa riqueza seja de todos os brasileiros e suas necessidades soberanas. No mundo, a maior parte das reservas encontra-se sob controle de estatais – todas as 12 maiores companhias em reservas são estatais, sem uma única exceção: Aramco (Arábia Saudita); NIOC (Irã); QP (Qatar); ADNOC (Abu Dhabi); Gazprom (Rússia); KPC (Kuwait); PDVSA (Venezuela); NNPC (Nígéria); NOC (Líbia); Sonatrach (Argélia); Rosneft (Rússia); e, apesar de todas as circunstâncias, a INOC (Iraque). A UMES defende a mudança da lei do petróleo para o Pré-sal, dando a propriedade do petróleo produzido à União, com a Petrobrás como sua única operadora e acabando com os leilões das áreas de extração. Os estudantes brasileiros, que anteriormente lideraram a luta “O Petróleo é Nosso” são chamados agora a defender essa nova independência brasileira. E contarão com a UMES nas primeiras fileiras de defesa de nosso país.

O BRASIL RECUPERA A SUA IDENTIDADE E AVANÇA
O Brasil reencontrou-se com sua história, resgatando seu projeto nacional-desenvolvimentista, com investimentos na produção, criação de empregos, fortalecimento do mercado interno, de comércio multilateral, de recordistas investimentos em educação. Os anos anteriores, de advento do neoliberalismo, de desgoverno do tucano Fernando Henrique Cardoso, foram marcados pelo desmonte do Estado, do fim da Era Vargas. Com a privatização de 121 empresas públicas, a destruição da educação pública, saúde e segurança, o endividamento do país, o arrasamento da indústria e agricultura brasileira, produziram o maior desemprego de nossa história. Com a eleição de Lula, as privatizações foram estancadas e o Estado voltou a ser um instrumento do desenvolvimento do país, gerando distribuição de renda e promoção da justiça social. O salário mínimo teve aumento real de 74% e a massa salarial, um aumento de 42%, a universidade pública teve sua expansão retomada passando de 114 Instituições Federais construídas desde o ano de 1.500 no Brasil para 237 até o final de 2011, sendo até o momento 13 novas instituições e 100 novos campi. Serão criados até o fim de 2010, 214 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que garantem a formação tecnológica através de ensino médio integrado e cursos superiores de alta tecnologia e formação de professores. O ProUni possibilitou a inserção de 596 mil estudantes na universidade privada, com bolsas integrais e parciais. A educação básica brasileira, com FH, recebia 3,7 bilhões de reais no extinto Fundef e passou para 7 bilhões com a criação do Fundeb (2006), democratizando o acesso ao ensino no Brasil. Há cerca de 42.600 escolas públicas que receberam a banda larga, projetando 55 mil escolas urbanas até o fim deste ano. A distribuição de renda melhorou significativamente e, até 2009, foram criados mais de 12 milhões de empregos no país nos últimos 7 anos; para o ano de 2010 está prevista ainda a criação de outros 2,1 milhões de empregos. Mais de 24 milhões de brasileiros saíram da miséria durante os anos de governo Lula. Foi criado o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que busca melhorar a infra-estrutura nacional, resgatando o papel do Estado como principal agente do nosso desenvolvimento, como seu grande financiador. A primeira etapa, o PAC 1, lançado em 2007, destinou mais de 500 bilhões de reais para obras nas áreas de energia e transporte. Em março de 2010, foi lançado o PAC 2, que se destinará a obras na área de infra-estrutura urbana, construção de moradias e outros equipamentos sociais, produção e distribuição de energia e fortalecimento dos transportes ferroviários. O investimento chegará a 1,59 trilhões de reais, quase três vezes o da primeira edição. Além disso, outra grande conquista dos brasileiros é a reativação da Telebrás que disponibilizará internet banda larga a todos os brasileiros já que os monopólios privados não deram conta do recado. O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) estabelece a Telebrás como gestora, investimentos de R$ 13,2 bilhões e meta de atingir 40 milhões de domicílios conectados à internet em alta velocidade até 2014. Na estimativa do governo, os serviços podem chegar ao usuário final a um preço entre R$ 15 e R$ 35. No Brasil, no final de 2009 havia cerca de 12 milhões de domicílios conectados. A um valor de R$ 35, se atingiria a 35,2 milhões de domicílios, até 2014. O número de domicílios chegaria a 40 milhões de conexões, com produtos mais populares, a um preço de R$ 15. Para o plano de R$ 35, a velocidade de conexão ficará entre 512 quilobits por segundo (kbps) e 784 kbps. Para o plano de R$ 15, a velocidade máxima será de 512 kbps. Assim, o Brasil reassume sua capacidade de desenvolvimento tecnológico nesta indispensável ferramenta que é a internet, agora de maneira soberana e disponível a toda a população.

2. EDUCAÇÃO

“IGNORANTOCRACIA” É A POLÍTICA DE SERRA PARA EDUCAÇÃO
O governo Serra tem alardeado através de volumosos gastos publicitários e das “desinteressadas” opiniões de parte da mídia que o apoia que a educação em São Paulo melhorou através da adoção da valorização por mérito de professores, diretores e funcionários. Com dois professores em sala (sic), laboratórios equipados (sic), bônus a funcionários e professores de escolas que melhoram seus “resultados”, a propaganda alega que vivemos outra realidade em São Paulo. MENTIRA! A realidade das escolas demonstra claramente que a política de Serra e de seus antecessores, Alckmin e Covas, é a da “IGNORANTOCRACIA”, antagônica à valorização de qualquer mérito de alunos, professores, diretores e funcionários de escolas, com a desmoralização dos mestres, o descaso com os alunos, o sucateamento da estrutura obsoleta das escolas. A DESVALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES A mídia que apoia Serra diz que os professores de São Paulo realizaram greve por uma questão política: ele melhorou a Educação em São Paulo com a implantação de um regime de “remuneração por mérito”, e as entidades representativas dos professores querem atrapalhar a sua candidatura à Presidência da República criando confusão para impedir o povo de ver esses avanços. O governador disse que a greve não existiu – e, para sentir-se mais seguro de que não existiu mesmo, mandou a tropa de choque atacar os grevistas. Mas o fato é que professor, como qualquer ser humano, tem o direito a aumento de salário – e o governo não quer dialogar porque insiste numa “política salarial” que não reconhece esse direito. Em que consiste essa política: 1º Elevar o número de professores temporários à espantosa casa dos 113.242 – praticamente metade da categoria – ao invés de contratá-los, através de concurso público, como professores efetivos. 2º Congelar os salários dos professores em todas as faixas salariais – da base ao topo. 3º Criar um arremedo de plano de carreira, indevidamente denominado de “avaliação por mérito” (Lei 1097/2009), composto de cinco faixas salariais. A diferença entre o salário de uma faixa e a anterior é sempre de 25%, de modo que o salário da faixa 5 seja o dobro da faixa 1. 4º Submeter a mudança de faixa ao resultado de uma prova, que poderá ser tentada, a primeira quatro anos depois do ingresso na carreira e as demais a cada três anos. 5º Para passar da primeira para a segunda faixa, a nota mínima é seis. Se o número de aprovados exceder a 20% da categoria, haverá o corte dos excedentes – o professor pode tirar nota seis e não ser classificado. 80% da categoria deverá permanecer obrigatoriamente na faixa 1. Em função das perdas salariais sucessivas, hoje, o professor PEB I, que trabalha de primeira à quarta série (antigo primário) recebe R$ 6,58 por hora. Isso significa que o salário inicial por 24 horas é R$ 785,50. Esse mesmo professor trabalhando 30 horas semanais chega a R$ 981,88. Já o professor PEB II, que são aqueles do ensino fundamental e médio (antigo ginásio e colegial) ganha R$ 7,50 por hora. Por 24 horas semanais de trabalho, ele recebe R$ 909,32. Por 30 horas, R$ 1.136,63. E todos têm nível universitário. Com os salários congelados, o máximo que poderiam receber daqui a 13 anos, aqueles que conseguissem se classificar em todas as etapas e chegar ao nível 5, seria o dobro dessa miséria. Fora isso, o que existe é um abono que pode ou não ser concedido, conforme os humores do governo a cada ano, e que não é incorporado ao salário nem gera direito algum para os trabalhadores da Educação. É evidente que uma política que mantém metade da categoria em estado de semi-informalidade, estabelece aumento zero em todas as faixas e reduz o critério para progressão na carreira unicamente ao resultado de uma prova (teórica) é uma política de desvalorização da profissão. Como ainda não nasceu – nem vai nascer – quem seja capaz de melhorar a Educação desvalorizando o magistério, a conclusão que se impõe é que só a mobilização dos professores rompendo com os limites impostos por essa política e conquistando aumento de salário e a efetivação dos temporários pode salvar a Educação Pública em São Paulo. A política de Serra não tem nada a ver com “mérito”, tem tudo a ver com a desorganização do Ensino Público para favorecer o Ensino Privado.
ESCOLAS DESAPARELHADAS E OBSOLETAS, SEBDO TRANSFORMADAS EM NOVAS FEBEMsComparando a estrutura de escolas particulares de altas mensalidades ou os IF´s (Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia) com as escolas públicas paulistas nos questionamos como é possível, em pleno século 21, haver escolas em tal situação. Escolas sem laboratórios de química, física, biologia, geografia e, quando existem, raridade, sem insumos e fechados; escolas de bibliotecas desorganizadas, descuidadas, meros depósitos de livros, quando existem; de laboratórios de informática raríssimos, apesar de intensamente vistos nas caras propagandas do Governo do Estado na mídia, que permanecem em constante desuso, quando existem, por não haver manutenção ou inexistência de orientadores capacitados. As escolas estaduais, com salas de aula entupidas de alunos, transformaram-se, nestas condições, em depósitos de crianças, adolescentes e jovens, lembrando as extintas Febem´s, com regras rigorosas e por vezes opressoras que privam os alunos de atividades culturais, recreativas e esportivas. A orientação que vem da Secretaria da Educação às diretorias de ensino e direções de escola é clara quanto a isso. Por sua vez, estas salas de aula, nestas condições, transformam-se em panelas de pressão gerando violência, intolerância, indisciplina, com professores doentes e alunos desesperançados e aprendendo muito pouco.
CARTILHA DA “IGNORANTOCRACIA” Adotada em 2008 pela Secretaria de Educação para “padronizar” o ensino, promovendo “igualdade de oportunidades” a toda a rede pública, a Cartilha de Serra é instrumento de ridicularização da atual realidade escolar, com apostilas vazias de conteúdos e conceitos, mero instrumento de ocupação dos alunos, retirando a autonomia do professor, rebaixando o ensino à incredubilidade extrema. Em 2008, como vemos na imagem, a apostila de Geografia contem um mapa com dois Paraguai, sem o Equador, com o Paraguai avançando sobre a Cordilheira dos Andes. Um absurdo caricatural da realidade. Não bastasse isso, após esse episódio, os alunos do ensino fundamental ciclo 1, recebem apostilas com palavrões, como verificamos na ilustração. Enquanto isso, outros estados como o Paraná, distribuem livros didáticos, bonitos, coloridos, ao romper com o cartel das editoras, passando a produzir seus próprios livros; a iniciativa se mostrou mais econômica, integrou professores na elaboração e o material passou a fazer parte da política educacional do Estado. Além disso, o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), do Ministério da Educação, disponibiliza desde 2009, livros didáticos a todos os 7,2 milhões de estudantes de ensino médio do país, dispensados pela Secretaria de Educação de São Paulo. Por que?
AROVAÇÃO AUTOMÁTICA OU IGNORÂNCIA CONTINUADA? Estudantes de São Paulo, crianças, adolescentes e jovens, ávidos pelo futuro e repletos de sonhos, na ótica tucana, desde Covas, transformaram-se em meros números em planilhas levadas ao Banco Mundial para atrair financiamentos deste em outras áreas como obras, por exemplo. Assim, a absorção dos conceitos e conteúdos, das práticas que levam à reflexão e ao conhecimento, foram substituídos pela adoção da obrigação de passar o aluno a qualquer custo. Com isso, qualquer forma de avaliação perdeu seu valor, pois o aluno não pode repetir o ano ou ampliar o custo em educação para sua recuperação. Nesta lógica, ampliam-se fantasticamente os índices de aprovação e, de outro lado, rebaixa-se caoticamente a qualidade de ensino, fazendo com que estudantes saiam do ensino médio sem condições de interpretação de um pequeno texto ou de exercícios básicos de matemática. A sustentação dessa amarga derrota da educação marcará a vida de milhões de estudantes e provocará marcas profundas no futuro de São Paulo, estado mais rico do país, e do Brasil.
RETIRADA DA OBRIGAÇÃO DO ESTADOO Enem (Exame Nacional dos Estudantes do Ensino Médio), apesar da existência em São Paulo do duvidoso Saresp, tem sido importante instrumento de medição da qualidade de ensino no país. Embora ainda limitado, auxilia na análise crítica do avanço ou retrocesso por unidade de ensino. Em São Paulo, as escolas com melhores resultados são as particulares – mensalidades altas, poucos alunos por sala, aparelhadas – as técnicas – ainda resistentes, apesar de poucas – e as federais – em expansão. Há uma distância muito grande entre estas e a melhor escola pública estadual, a EE Rui Bloem, detentora do primeiro lugar na infinitamente maior rede escolar de ensino médio de SP, a estadual e também a mais descuidada. No ENEM de 2008, o Colégio Vértice alcançou a nota de 75,97, o Instituto Federal obteve 73,38 e a Etesp teve 71,35. A nota da EE Rui Bloem, motivo de orgulho da comunidade escolar e destaque na mídia, foi de apenas 55,46. A média para os alunos nas escolas em geral é 6. Por esse critério, poderíamos afirmar que todas escolas estaduais foram reprovadas. Há algum mérito aí? Mas, infelizmente, o problema é mais grave. Como a EE Rui Bloem obteve este resultado? Como é a realidade escolar da “campeã” da rede? Há escolas na rede que mal chegaram à nota 4. Em recente comunicado aos pais, assinado pelo diretor financeiro e pelo diretor executivo da APM da EE Rui Bloem, os mesmos imploram aos pais para patrocinarem a APM e, por sua vez a escola, “em virtude da falta de recursos financeiros para manutenção do prédio e a compra de materiais de necessidade da Unidade Escolar. Para termos uma escola adequada para nossos filhos, além da contribuição trimestral do Governo do Estado é necessário a colaboração de todos, pois só assim teremos uma escola diferenciada. Hoje, a situação financeira de muitos pais é difícil, mas nem por isso podemos cruzar os braços e dizer que é obrigação do Governo dar ensino de qualidade. Sem a parceria Escola/Família teremos uma escola igual a muitas outras onde o trabalho não é levado a sério e a comunidade não participa.” Ou seja, a política de Serra, de Estado mínimo, transformou o Governo do Estado em mero colaborador, e os pais tem que intervir para garantir uma qualidade, ainda que limitada. Privatizaram a EE Rui Bloem? ESCOLAS TÉCNICAS SÃO LEGADO DE SÃO PAULO, HÁ DÉCADASHá muitos anos as escolas técnicas tem sido enredo de propagandas governamentais que buscam encobrir a realidade educacional do Estado de São Paulo. Primeiramente, é importante salientar que a imensa maioria dos estudantes de São Paulo não está nestas escolas, mas sim uma pequena minoria. Segundo a tabela abaixo, baseada no Censo Escolar 2009 do Inep, temos a proporção de alunos em escolas estaduais, vinculadas à Secretaria de Educação e as técnicas, do Centro Paula Souza:
Alunos em escolas estaduais: 4.737.854Alunos em escolas técnicas estaduais: 122.404 (2,58%)
Como vemos há 38,7 alunos da rede estadual para cada aluno das Etec´s. Os dados apresentados pelo Centro Paula Souza são de que há cerca de 180.000 alunos. Há 180.000 vagas, mas cerca de 60.000 são ocupadas pelo mesmo aluno, que faz ensino médio pela manhã e técnico à tarde ou à noite. Por outro lado, há um grande alarde quanto à qualidade destas escolas ser a marca das atuais gestões. É fato que as Ete´s são referência de qualidade, o que atesta o Enem de 2008. No entanto, há uma usurpação deste fenômeno pelos tucanos pois esta qualidade é histórica, na capital industrial do país que forjou estas escolas, apesar do sufocamento orçamentário que atravessam. Por exemplo, as ETE´s mais bem colocadas no Enem são a Etesp, fundada em 1988, a Ete Guaracy da Silveira, criada em 1950, a Ete Getúlio Vargas, inaugurada em 1911, a Ete Basilides de Godoy de 1950, a Ete Albert Einstein, fundada em 1963, e assim sucessivamente. Portanto, as Ete´s são um legado histórico de São Paulo, e não uma invenção tucana, como é propagado. No entanto, estas escolas têm sido vítimas de sucateamento orçamentário. Para manter as escolas e suas condições básicas, as APM´s são obrigadas a implorar aos pais ou responsáveis a contribuição de quantias significativas no início do ano, além de realizar rifas, bingos, festas, para tentar cumprir com o mínimo e manter a atual condição de ensino. Tal como ocorre na EE Rui Bloem, mas com necessidades mais elevadas devido ao custo alto de manutenção de equipamentos. Por outro lado, são questionáveis estas ampliações em curso pelo Governo do Estado. Apesar da UMES apoiar a ampliação da rede técnica estadual, esta está sendo feita com muita maquiagem e pouco planejamento. Por exemplo, a grande maioria dos cursos é de gestão, de técnicas jurídicas, técnicas empresariais, técnicas administrativas, cursos de necessidade questionável, mas efetivados devido ao baixo investimento. Raros são os cursos de automação industrial, mecatrônica, edificações, pois estes requerem alto índice de recursos e preparação do espaço físico, optando-se por cursos em grande parte ministrados por tele-aulas. Até mesmo a famosa Etec de Artes possui apenas os cursos de música e dança, e os demais são telecursos. Esta mal planejada ampliação ainda tem causado impacto nas Ete´s já existentes que estão cedendo seus professores para as “novas”, provocando milhares de aulas vagas. Por exemplo, o 2º ano da Ete Getúlio Vargas passou todo ano de 2009 sem a disciplina de Geografia, além de não ter podido usar laboratórios de química e física, fechados por falta de funcionários e de insumos básicos. Além disso, para incrementar seus cursos, mais uma vez os alunos e seus responsáveis precisam pagar por isso, como, por exemplo, o curso de turismo da Ete São Paulo de 2009 que, para realizar visitas técnicas ou o seu TCC, precisou desembolsar gordas quantias.

3. CULTURA

EM QUE IDIOMA NOSSOS FILHOS SONHARÃO?

Por Valério Bemfica*

Imagine-se, leitor, em um destes supermercados pertencentes a uma rede estrangeira. Em todas as gôndolas, prateleiras e balaios, há apenas cinco marcas de produtos, todas estrangeiras e oriundas de um único país, o mesmo da rede do supermercado. Mandioca made in USA, queijo minas made in USA, rapadura made in USA, entre outros. O leitor fica indignado e procura o gerente: “Não adianta botar outro produto, o pessoal não compra”. Insistindo na própria liberdade de escolha, o leitor responde: “É claro que não compra, não tem na prateleira”. Com fina ironia, o gerente da multinacional conclui: “É só procurar, nas prateleiras lá em cima e lá embaixo, nós temos 0,5% de produtos brasileiros!” Ao procurar um estabelecimento brasileiro, surpreso, o leitor percebe que somente as mesmas cinco marcas estão expostas. Fubá de Oklahoma e inhame do Kansas. Indaga a outro gerente que responde: “O pessoal não gosta do produto brasileiro, só das coisas gringas. Mas se o senhor fizer questão, temos uma prateleira, no segundo subsolo, com 6% de produtos nacionais. Fazemos até promoção”. Injuriado, o leitor corre para o velho e bom armazém de secos e molhados. E qual não será sua surpresa ao descobrir que eles se mudaram para os shoppings e que a maioria foi comprada por uma rede americana! Depois de pagar o estacionamento e de recusar inúmeras ofertas de pipoca em quilo e refrigerante em litro, o leitor vê prateleiras de feijoada enlatada diretamente do Kentucky. O gerente ainda explica: “Temos o maior respeito pelo produto nacional, mas ninguém quer. Fazemos promoção às segundas-feiras, tudo por R$ 1,00. Temos cerca de 9% de produtos brasileiros”. Cansado e furioso, o leitor sente que não adianta argumentar e vai para a feira livre. Para a sua tristeza, o que encontra nas barracas são apenas imitações – de origem e qualidade duvidosa – do que encontrou nos grandes atacadistas. Indaga a um feirante, que retruca: “O pessoal só quer saber de coisa gringa. É o que tem no supermercado.” Ao substituirmos, nesta pequena fábula, a comida pelos produtos audiovisuais, a rede estrangeira pela da TV a cabo, a rede nacional pela TV aberta, o armazém pelos cinemas e a feira livre pelos camelôs, temos um exemplo da dura realidade da nossa cultura. Totalmente dominada pela indústria estrangeira, a distribuição da arte no Brasil deixou de atender à lei máxima do mercado: a oferta e a procura. Ao dominar o ciclo produção – distribuição – exibição, não mais do que meia dúzia de empresas multinacionais decide o que fará ou não sucesso no Brasil. Os números citados não são aleatórios. O produto audiovisual brasileiro ocupa 0,5% do mercado de TV por assinatura, 6% do de TV aberta e 9% da programação dos cinemas. Na música cerca de 90% do que toca nas rádios – e do que é vendido nas lojas – provém dos estoques das multinacionais, sejam enlatados puros, sejam imitações de sua estética. Quanto a pertencerem a apenas cinco marcas, tampouco estamos brincando. No audiovisual, mandam: Warner, Buena Vista (Columbia), Fox, UIP e Sony. Na música: Universal, Warner, Sony/BMG e EMI. Se nosso leitor fictício fizesse uma busca na internet, procurando as composições societárias de tais companhias, descobriria que elas se cruzam em diversos pontos. Constataria também ligações entre elas e os supostos distribuidores – Cinemark, Sky, Net etc. Se fosse um pouco além, o leitor verificaria que a própria internet – suposta ilha de liberdade da pós-modernidade – também é dominada, tanto em seus provedores de acesso quanto nos de conteúdo, quase totalmente pelas mesmas empresas, em uma intrincada rede de fundos de investimentos, participações, acordos operacionais. Vinte anos de ditadura ensinaram-nos a repudiar a censura. Ficamos com medo da ingerência do Estado sobre a criação artística. Lutamos bravamente para que o direito à livre criação e expressão seja mantido. Mas parece que, no afã de defender a liberdade do artista, acabamos por consolidar a liberdade de ação dos oligopólios estrangeiros. Nos anos de neoliberalismo, vimos a Embrafilme fechar as portas, as teles serem privatizadas, as cotas de exibição reduzidas, o financiamento à cultura ser entregue ao mercado e o capital estrangeiro ser autorizado a comprar 30% dos nossos meios de comunicação. Nos próximos dias corremos o risco de o Congresso Nacional autorizar as empresas multinacionais a dominarem 100% de nosso mercado de TV por assinatura. Quanto ao sonho dos nossos filhos, se o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães – Ministro de Assuntos Estratégicos - está correto ao afirmar que são as manifestações culturais as responsáveis por criar e interpretar o imaginário nacional, o que nos possibilita uma consciência enquanto Nação sobre o nosso passado, presente e futuro, o que estamos fazendo ao entregar à indústria cultural estrangeira o nosso imaginário? Nada mais, nada menos do que entregando a ela a nossa história, o nosso dia-a-dia e o nosso porvir. Os menos jovens têm uma alternativa: apegarem-se aos valores, convicções e ideais desenvolvidos antes do domínio absoluto das multis sobre o nosso imaginário. Os mais jovens têm pouca escolha. O seu imaginário está sendo praticamente todo construído de fora. Para ser mais exato, têm 0,5%, 6% ou 9% de liberdade. O american way of life penetra diariamente em suas mentes, cativa seu olhar, vicia seus ouvidos. Espera-se com isso que o pano de fundo de seus sonhos possua 50 estrelas e listras vermelhas e brancas. Em poucas palavras, que sonhem em inglês. É possível reverter esse processo. Nossa cultura é produto da contribuição de povos do mundo inteiro. Mas a capacidade de absorção sem descaracterização tem limites. A cultura precisa de um tempo próprio – muito diferente do tempo da exploração da indústria cultural – para digerir e recriar. Precisamos de medidas claras e concretas que protejam nosso patrimônio e diversidade culturais, que nos permitam construir uma visão própria sobre nosso passado, viver plenamente nosso presente e construir soberanamente nosso futuro.

* Valério Bemfica é presidente do CPC-UMES - Centro Popular de Cultura da UMES

4. MOVIMENTO ESTUDANTIL

O papel do Grêmio é organizar os alunos, suas idéias e seus anseios. Para conseguirmos isso precisamos de muito apoio tanto por parte dos alunos, como apoio da direção com quem temos que andar lado a lado, e da UMES, que é a entidade que nos representa e traz a força que os estudantes tem se nos organizarmos para construirmos um grêmio cada vez mais ativo e forte. Enfim, para conseguirmos uma escola melhor, uma educação melhor, uma vida melhor, precisamos de Grêmio forte em cada escola e da UMES cada vez mais por esse trabalho fundamental que ela cumpre junto aos estudantes. Gabriela NoblatPresidente do Grêmio Força Jovem E.E. Maria José
Com o Apoio da UMES, em 2008 reerguemos o grêmio estudantil assim sendo possível que os alunos tivessem uma participação ativa na escola e na comunidade e entender como organizados conseguimos mudar para melhor o que é de nosso direito. Além disso, junto a UMES participamos do Cine Clube, das reuniões, das discussões políticas, dos congressos das entidades estudantis. Agradeço e parabenizo a UMES por esse compromisso com os estudantes em nome do Grêmio Estudantil Chico Mendes. Eloize LimaPresidente do Grêmio Chico Mendes E.E Prof. Alberto Conte
A UMES visa introduzir um debate politizado sobre os acontecimentos da sociedade que envolve direta e indiretamente a juventude. A entidade é referência para os grêmios de todas as regiões da cidade que somam forças para lutar por uma educação de qualidade, liberdade de expressão e independência de atuação. Tendo assim um papel fundamental quando se fala no direito a voz do estudante, o grêmio que se constrói em parceria com a entidade se fortalece a cada atividade cultural e política nela produzida. Nesse sentido que o Grêmio Allende participa ativamente das atividades e tem a UMES como maior aliada na construção de um futuro melhor. Regiane Franscisca da SilvaPresidente do Grêmio AllendeEMEFM Profº Derville Allegretti
Desde quando ingressei no ensino fundamental, ouço falar na UMES. Todos comentam, sobre a carteirinha, sobre quais descontos ela proporciona, ou a meia passagem que você consegue no ônibus. Mas a Umes é muito mais do que isso. Principalmente no ano de 2009 descobri o quão séria é a UMES. Quando precisei de ajuda para organizar o Grêmio Estudantil da escola onde estudo, lá estavam eles pra me proporcionar transparência, e ajuda em tudo que precisássemos. Hoje sou o atual presidente do Grêmio Livre Estudantil da Escola Anhanguera, situada no bairro da Lapa. Sem o apoio da União Municipal dos Estudantes Secundaristas seria muito difícil montar, organizar, e fazer acontecer o Grêmio Estudantil na escola. Creio que todas as escolas devem ter um Grêmio Estudantil, e pra isso é necessário se informar, e nenhum lugar melhor que a UMES. Um centro aonde o estudante vem em 1º lugar, onde é bem tratado, e sem discriminação alguma. O Grêmio Estudantil da Escola Anhanguera, deve muito à UMES, pois sem ela o Grêmio não existiria. Wesley Oliveira do Bom JesusGrêmio Livre Escola Anhanguera ‘Revolução’
O Grêmio Estudantil é o espaço e a força dos alunos na escola. Todos os estudantes gostam disso: ter um lugar unicamente seu. Mas muitas vezes, quando conquistamos algo que seja realmente nosso, ficamos perdidos. Queremos que tudo dê milimetricamente certo. No caso do nosso grêmio Arcádia, foi assim. Mas todas as nossas conquistas com certeza foram concretamente realizadas através do apoio da umes. Seus membros nos incentivaram, organizaram e ajudaram no que puderam, até mesmo quando achávamos impossível fazermos nosso grêmio ser ativo, ou quando encontrávamos dificuldades na própria escola. E sem isso, a Professor Ascendino Reis, ainda estivesse hoje sem ter um grêmio, e os alunos, sem ter o seu espaço dentro da instituição. Aproveito, então, este espaço para agradecer a Gabi, Diretora da umes, que sempre se mostrou prestativa desde o início e tão membro do nosso grêmio, como nossos colegas de escola. Carimie Romano Grêmio da E.E. Professor Ascendino Reis
O que falar da UMES? Há pouco tempo atrás pensava que ela apenas fornecia uma carteirinha que dava descontos em alguns eventos. Felizmente descobri que a UMES não é apenas isso, vai muito além. Estranhei bastante no dia que fui chamado no meio da aula de matemática para falar com um dos diretores da UMES que estava ali na ETEC de Itaquera para convidar os alunos para participar do “Bloco dos Cara Pintadas”, não esperava que a uma entidade tão grande fosse mostrar interesse pela ETEC.A partir daí o grêmio “Upgrade – Não se Limite!” começou a ter uma relação mais próxima com a UMES, passando a participar de nossas reuniões, esclarecendo várias dúvidas quanto aos direitos dos alunos e nos ajudando nas questões um tanto quanto “políticas” da escola.Um dia desses tive a sorte de ser convidado a participar de um Cine Clube, onde pude perceber um dos maiores diferenciais da UMES: ela é composta por pessoas de mente aberta, em sua maioria jovens, que entendem o cotidiano dos alunos e que defendem os direitos estudantis de uma forma única e eficiente. Elias Fernandes dos Santos JuniorPresidente do Grêmio Estudantil “Upgrade – Não se Limite!” da ETEC Itaquera

5. CARTEIRA DE ESTUDANTE: NOSSA MAIOR CONQUISTA!

APROVAR NOVA LEI QUE VALORIZE A CARTEIRA E REPRESENRE O MOVIMENTO ESTUDANTIL!
A carteira de estudante consiste para a juventude de São Paulo no seu maior benefício. Significativo tal como o 13º salário, a licença maternidade, as férias, para os trabalhadores. A UMES é defensora intransigente não só da manutenção do beneficio da meia-entrada associada ao meio-passe como da sua ampliação. Esta tem sido nossa luta nos últimos 20 anos, conquistando em 1993 as legislações e o convênio com a São Paulo Transportes. Desde então são mais de 7 milhões de carteirinhas emitidas, fortalecendo os direitos dos estudantes e a organização do movimento estudantil de São Paulo e do Brasil. Atualmente, a Carteirinha da UMES é válida para, além da meia entrada em cinema, teatros, shows, estádios, também meia tarifa no ônibus, metrô e trem metropolitano. A Carteirinha da UMES é o documento de identificação com maior poder de benefícios agregados do Brasil, superior a outras políticas públicas e outros documentos privados. Por outro lado, a agilidade é outra conquista dos estudantes de São Paulo. Se em 1993 o documento de acesso ao meio passe demorava até 4 meses para chegar ao aluno, hoje a nova Carteirinha UMES/SPTrans pode chegar na mesma semana da solicitação. Há casos, de renovação, que o aluno solicita sua Carteirinha e no ato já usufrui dos seus inúmeros benefícios. Quem ganha com isso são os estudantes, podendo pagar meia tarifa no transporte e meia entrada rapidamente, mais vezes no ano. No entanto, há muito a avançar. São Paulo possui cerca de 3 milhões de estudantes. Destes, 2,5 milhões não possuem a Carteira de Estudante e o benefício do meio passe, dezenas de milhares de estudantes, de cursos supletivos e técnicos, têm suas quotas limitadas a 10, 20 ou 30 passes ao mês, apesar de irem à escola diariamente. Os estudantes de cursos pré-vestibulares não possuem o direito ao meio passe.

PELA REVOGAÇÃO DA MP 2208
Desde sua reconquista em 1993 a meia-entrada nunca esteve tão desgastada. Com o advento da nefasta MP 2208 multiplicaram-se as fraudes e dobraram valores de ingressos. O que antes era meia-entrada para estudantes agora é universalização com preços exorbitantes. A UMES vem denunciando desde 2.001 as derivações da MP e tem mobilizado a opinião pública neste sentido. Conclamamos todos os setores, estudantes, empresários, personalidades políticas, governo, a cessar esta distorção e soterramento de uma conquista histórica dos estudantes brasileiros. À época da edição das leis paulista e paulistana, multiplicaram-se legislações pelo Brasil afora, onde havia luta estudantil organizada, que proporcionaram a concessão da meia entrada. Assim, entidades estudantis, sob o olhar da sociedade e das casas legislativas, organizavam harmonicamente, com empresários, a emissão da Carteira de Estudante. A cada dia esta ganhava mais credibilidade e agregava mais benefícios. Eis que veio o “democratizador” Paulo Renato de Souza, ministro de FH, que rompeu com esta situação e proporcionou a confusão, a distorção e a proliferação de identificações estudantis de origem duvidosa. A carteira de estudante é o pilar de sustentação e independência do movimento estudantil brasileiro. Com ela, as entidades estudantis não necessitam ficar à míngua pedindo esmolas a um ou outro, como querem alguns poucos. Com ela, os estudantes reuniram condições de ter suas sedes, seus pontos de encontro, realizar suas atividades em uma escala cada vez maior, imprimir seus manifestos, organizar suas mobilizações. Com ela, os estudantes são organizados e fortes. É isso que assustou o ex-ministro Paulo Renato. É isso que queremos. Para tanto, é fundamental que o Congresso Nacional, sob o olhar do governo federal, respeitando a dinâmica de organização do movimento estudantil brasileiro, restabeleça a essência da origem da conquista preservando o papel das entidades estudantis e as legislações municipais e estaduais, para que se efetive a defesa da meia-entrada. Antes que seja tarde...

Mais infornações sobre o 21º Congresso da UMES

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estudantes elegem Grêmio Estudantil na EE Léa de Freitas Monteiro

Nesta terça-feira(04), ocorre na Escola Estadual Léa de Freitas Monteiro as eleições para a gestão 2010/2011 de seu Grêmio Estudantil. Os estudantes escolhem entre 4 chapas que se inscreveram e disputam o pleito em eleição eletrônica.
A eleição é organizada pela União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Araraquara – UMESA e pela direção e coordenação da escola.
O Grêmio Estudantil é o órgão que representa os estudantes nas escolas e tem o desafio de organizar atividades culturais, esportivas, dentre outras.
A entidade estudantil no ano de 2010 organizou diversas eleições, entre elas a da EE Dr. João Pires de Camargo, EE Dep. Leonardo Barbieri e a EE Ergília Micelli.
O processo de eleições eletrônicas da UMESA é realizado nas escolas da cidade há 6 anos e a direção das escolas podem entrar em contato com a direção da entidade para receber auxílio e orientações sobre tal processo. O contato pode ser feito via email –
contato@umesa.org.br

segunda-feira, 26 de abril de 2010

UMESA reúne diretoria neste dia 28 de Abril.

Discutir os rumos da entidade nos meses de Abril e Maio é tema da reunião de diretoria que ocorre neste dia 28 de Abril às 13h na Sede da entidade - Rua Carlos Gomes, 1299 - Centro. A reunião é aberta e a diretoria é convocada a participar, devendo a mesma justificar possíveis ausências.

Tiradentes e a atualidade da Questão Nacional

ALDO REBELO*


A atualidade de Joaquim José da Silva Xavier deve ser celebrada no 218º aniversário de sua imolação como símbolo de um movimento de autonomia nacional que ainda hoje está por se completar na formação social brasileira. A Conjuração Mineira foi um daqueles sonhos a que os homens se entregam por intuírem o caminho da História antes de a História lhes oferecer as condições determinantes para a materialização do sonho. Assim ocorreu com a Comuna de Paris, em 1871, definida por Karl Marx como uma tentativa de tomar o céu de assalto. Como já tive oportunidade de observar, também aos revolucionários de Vila Rica a História não recusou a razão, mas lhes negou a oportunidade. O projeto político de conquistar a Independência e proclamar a República do Brasil foi muito além da troça que certos centros de pensamento querem lhe atribuir, apontando os conjurados como mais interessados em não pagar impostos à Coroa portuguesa do que em fundar uma nação. Joaquim José da Silva Xavier foi líder visionário, não um fantoche manipulado pela elite de Vila Rica, que, afinal, se era elite interessada na Independência do Brasil, constituía o povo da época. Como na memorável luta contra os holandeses no Nordeste, no século anterior, em Minas também se reuniam pela causa nacional os reinóis, os mazombos, os mestiços. Todos foram punidos, uns com a morte na cadeia, outros com o degredo e Tiradentes com a forca. Os banidos para a África e que lá morreram só voltariam à pátria por ordem do presidente Getúlio Vargas, que em 1942 mandou buscar um a um os heróis falecidos no desterro.Inspirados por versos de Virgílio [Libertas quae sera tamen], reivindicavam liberdade ainda que tarde, e tinham como fonte os filósofos do Século das Luzes que refletiam a crise do Absolutismo e do Colonialismo no século XVIII e forjavam novas idéias e poliam os homens que iriam lutar e morrer por elas. Os conjurados de Minas Gerais miravam as nuvens que a Ilustração espalhara no céu da democracia, do que foram exemplos mais eloqüentes a Independência dos Estados Unidos da América, que nasciam como república, e a gloriosa Revolução Francesa. Nações em formação no Novo Mundo, como a americana e a brasileira, e as Colômbias de Simon Bolívar, já eram grandes demais para caber no apertado gibão da Europa feudal em transição para o capitalismo.O sonho dos conjurados era implantar fábricas de tecidos e siderurgias na colônia que queriam tornar país. Tiradentes desenvolveu sua consciência política patrulhando o Caminho Novo, que ligava Minas ao Rio, por onde via passar as riquezas das jazidas auríferas do Brasil desviadas para Portugal, na quota de 100 arrobas de ouro por ano, aumentada em 1762 para oito mil quilos a título de dívida fiscal atrasada. O esbulho levava o nome de derrama.Preterido nas promoções da Cavalaria, nunca tendo passado do posto de alferes, estabeleceu-se no Rio, levando a vida como qualquer do povo, trabalhando de mascate, tropeiro, boticário e dentista. Não era um homem sem luzes: órfão, sem nunca ter feito estudos regulares, projetou a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhorar o abastecimento de água da sede do vice-reino. Há notícias de que admirava o progresso industrial da Inglaterra, guardava um exemplar da Constituição dos Estados Unidos e citava a figura do presidente da República em oposição a um rei distante.Depois de enforcado, em 21 de abril de 1792, no Largo de Lampadosa, atual Praça de Tiradentes, no Rio de Janeiro, teve os restos mortais espalhados na estrada que patrulhara e onde tecera seu sonho de Independência política, econômica e cultural do Brasil. Seus algozes o queriam maldito e esquecido, mas cada parte de seu corpo esquartejado parece ter servido de semente para a árvore da liberdade que germinou no Brasil e ornamentou os versos de Cecília Meireles. O povo do Rio de Janeiro logo mandou celebrar missas na intenção da alma do herói, e, pelo repúdio público, fez com que o traidor Joaquim Silvério dos Reis mudasse o nome para Montenegro e o domicílio para o Maranhão.A atualidade de Tiradentes é a mesma da Questão Nacional que ele antecipou antes da expressão. Seu vulto histórico nos repõe a importância e urgência de um projeto de autonomia nacional com vistas à consolidação de um País forte, soberano, próspero, que produza e distribua riquezas suficientes para assegurar o bem-estar material e espiritual desta civilização única que erguemos nos tópicos.Desde a infância da Nação esta tem sido uma empreitada difícil. A mesma rainha louca Maria I que mandou esquartejar Tiradentes, promulgou um alvará proibindo fábricas no Brasil e mandou destruir até os teares em que as mulheres fiavam a roupa dos filhos. Quase um século depois, os próceres da República, empenhados em industrializar o Brasil, eram dissuadidos pela casa bancária inglesa dos Rotschild, que nos recomendava exportar café e deles comprar linha, agulhas e botões. Foi na construção da identidade nacional que a República resgatou o heroísmo de Tiradentes.As lutas do passado continuam, por outros meios e caminhos, no presente. Os embates que o Brasil trava contra o protecionismo das grandes potências, as pressões para a liberalização comercial que nos engoliria como país produtor de riquezas, e tantas outras ofensivas, fortalecem a convicção de que a Questão Nacional está viva, e aponta para a necessidade de mantermos a soberania nacional como atributo essencial do Estado.Nos dias de hoje, sofremos um tipo novo de intervenção que nos limita a autonomia de dispormos de nosso território e recursos naturais em benefício do desenvolvimento e do bem-estar do povo. A abertura de estradas, construção de hidrelétricas, vivificação das zonas de fronteira, modernização de leis para ampliação da agricultura e democratização da propriedade da terra são boicotadas por governos estrangeiros e suas cabeças de ponte chamadas ONGs do meio ambiente. O exemplo histórico de Tiradentes é um alento para continuarmos a luta pela autonomia de um projeto nacional e soberania do Brasil.


*Jornalista, escritor e deputado federal (PCdoB-SP). Recebeu em 10 de novembro de 2003 a Medalha Tiradentes, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

A estratégia dos EUA nas questões da tecnologia nuclear


O Prof. Sérgio Rezende, físico e pesquisador brasileiro, é o ministro da Ciência e Tecnologia (MCT) do governo Lula. Sua entrevista à CartaCapital nº 589 permite um bom entendimento da
questão relacionada com o acordo de cooperação entre Brasil e Irã. O ministro Rezende esteve, no início do mês de março, no país de Ahmadinejad e disse ter se impressionado com o que viu.
Todos sabemos como o Irã é demonizado pelo Ocidente e, por consequência, pela mídia brasileira. Qual a raiz do problema? Por que o presidente Obama comete o desplante de caracterizar o Irã (e a Coreia do Norte também) como “país agressor”? Agressor? Alguém poderia me dizer a quem o Irã (ou a Coreia do Norte) invadiu ou agrediu? Mas, não são os EUA que invadem, agridem e usurpam riquezas de outras nações?
O Prof. Rezende resgata um fato histórico interessante. Até 1979 os EUA apoiavam de corpo e alma a ditadura do Xá Reza Pahlevi, “que não tinha nenhum compromisso com os direitos humanos”.
O Xá foi derrubado pela Revolução Islâmica, que nacionalizou empresas do setor de petróleo – foi o suficiente para o Irã cair em desgraça.
O bloqueio internacional que os norte-americanos impuseram ao Irã, via ONU, obrigou que o país fizesse investimentos pesados em tecnologia, não só nuclear, “mas em muitas outras também”.
Hoje a terra dos aiatolás é dos países do mundo “que mais tiveram aumento de publicações científicas em todas as áreas”.
A Índia, o Paquistão e Israel produziram a bomba nuclear e são países “que têm problemas com os direitos humanos, e ninguém reclama”, diz o ministro Sérgio Rezende. Por que eles puderam desenvolver tecnologia nuclear e o Irã não pode? Israel, por exemplo, tem cerca de 200 ogivas nucleares e os EUA nunca se preocuparam com isto. Pelo contrário, ajudaram!
Diz o ministro sobre o Irã: “Vi medicamentos que eles desenvolveram sinteticamente, que nós não temos. Para o combate à Aids, por exemplo. Aqui [no Brasil], as empresas nacionais de fármacos foram sendo vendidas [no governo FHC quando Serra era o ministro da Saúde] para multinacionais e ficamos para trás”!
Desenvolver tecnologia nuclear é importante não só para a geração de energia, mas também para a produção de radiofármacos usados no tratamento de câncer. “O Brasil não possui um reator para a produção de radiofármacos. Temos de importar do Canadá” ou até mesmo da Argentina.
“O Brasil é um grande importador de matéria-prima para medicamentos e de componentes para eletrônica. Se não tivéssemos abandonado [por imposição do governo FHC] a microeletrônica na década de 90, não seria assim”. Dominar a tecnologia e criar condições para que ela chegue às linhas de produção demora vários anos. Felizmente o Brasil de Lula já começou a resgatar este projeto.
Em síntese, fica claro por que os EUA pressionam países como o Irã, Coreia do Norte e o Brasil para não desenvolverem tecnologia nuclear. Eles querem a eterna dependência dos mesmos da tecnologia do Primeiro Mundo. Demonizar os países que procuram desenvolvê-la é uma estratégia de dominação que países soberanos não devem aceitar jamais.

Emerson Leal – Doutor em Física Atômica e
Molecular e vice-prefeito de São Carlos.
E-mail: emersonpleal@gmail.com

quarta-feira, 14 de abril de 2010

“O tempo dos exterminadores do futuro já passou”, diz Dilma

“Democrata que se preza não trata grevistas como caso de polícia, nem bate em manifestantes que lutam pacificamente”, afirmou a pré-candidata, em encontro com as Centrais Sindicais, no ABC.

Durante a reunião das centrais e o presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, realizada no sábado (10), a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez um balanço da atuação do governo Lula na geração de emprego e na recuperação do poder de compra do salário mínimo. “A verdade é uma só. O governo mudou a face do mundo do trabalho em nosso país. Fez um acordo de valorização do salário mínimo. Não foi contra as centrais, foi em parceria com elas. Por isso a gente pode dizer que o presidente Lula é o presidente do emprego”, disse. A ex-ministra da Casa Civil lembrou o desemprego que campeou no país durante a gestão tucana. “Aquele país triste, da estagnação e do desemprego, ficou pra trás. O povo brasileiro não quer esse passado de volta. Acabou o tempo dos exterminadores de emprego, dos exterminadores de futuro. O tempo agora é dos criadores de emprego, dos criadores de futuro”. Para Dilma, o governo Lula acabou com a história de que não se pode aumentar o salário mínimo porque isso gera inflação ou quebra o Estado. “Isso é uma grande e solene mentira”, sublinhou. O presidente Lula destacou que o “Brasil pode mais nas palavras dos nossos adversários, mas nós dizemos que fazemos mais” (ver matéria ao lado).Artur Henrique, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), Antonio Neto, Wagner Gomes e Calixto Ramos - presidentes da CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e NCST, respectivamente - resgataram as conquistas obtidas pelos trabalhadores durante o governo Lula, como a valorização do salário mínimo, o reconhecimento das centrais, a derrota da Emenda 3 (que acabava com direitos trabalhistas), a aprovação da Convenção 151 da OIT, à espera de sanção presidencial. Como subsídio para o debate, o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Lúcio Ganz, apresentou o estudo “Mercado de Trabalho Brasileiro - evolução recente e desafios”.“Vamos eleger a primeira presidente do Brasil, para evitar o retrocesso”, conclamou Artur. Paulinho, por sua vez, disse que conhecia bem o candidato Serra: “ele nunca gostou de trabalhador”. Para Neto, “não há tarefa mais importante para a classe trabalhadora em 2010 que eleger Dilma”. Wagner sublinhou que “os trabalhadores estão empenhados na continuidade da política de desenvolvimento, junto com a ministra Dilma”.O evento contou com mais de 700 dirigentes sindicais e diversas autoridades, como o ministro do Trabalho, Carlos Lupi; o senador Aloizio Mercadante (PT); a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy; o presidente do PT-SP, Edinho Silva; o presidente do PPL-SP, Miguel Manso; o representante do PCdoB, Onofre Gonçalves; Denise Cabral, representando o PDT-SP, diversos deputados federais, estaduais e prefeitos.Dilma Rousseff afirmou que iria aproveitar a ocasião para se identificar com maior clareza, dizer o que fez e, “coisa muito importante”, o que não faz de maneira nenhuma. “Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Fiz com o coração, com minha alma e minha paixão. Eu só mudei quando o Brasil mudou, mas eu nunca fugi da luta ou me submeti. E sobretudo, nunca abandonei o barco”, disse Dilma. “Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito”, acrescentou.Alguns tucanos e seus aliados - abanados por certa mídia - tentaram atribuir a esta fala de Dilma críticas aos que foram exilados durante a ditadura. Mas a ex-ministra rebateu a intriga. “De onde tiraram que fugir da luta é se exilar? O exílio significou a diferença entre a vida e a morte para os exilados brasileiros. Grandes amigos meus, corajosos e valorosos, só tiveram uma saída na ditadura, se exilar. Querer dizer que eu os critiquei só pode ser má fé”, afirmou Dilma em seu twitter (@dilmabr) na segunda-feira (12).Em seu discurso, Dilma buscou diferenciar as políticas da gestão tucana e as do governo Lula, de suas posições e as do candidato tucano. Ela defendeu a atuação do Estado e o diálogo com os movimentos sociais. “Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi”.Contra a política do “estado mínimo”, das privatizações, frisou que não tomará decisões que signifiquem a entrega das riquezas nacionais. “Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente”. Ela argumentou sobre a necessidade do respeito aos movimentos sociais e ao movimento sindical, a base de uma sociedade democrática. “A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos. Democrata que se preza não agride os movimentos sociais. Não trata grevistas como caso de polícia. Não bate em manifestantes que estejam lutando pacificamente pelos seus interesses legítimos”, destacou.Na análise do diretor técnico do Dieese, “os resultados observados revelam uma melhoria nos principais indicadores do mercado de trabalho: crescimento da ocupação, queda do desemprego, aumento da formalização e redução da informalidade, acompanhados por significativo aumento da massa salarial e discreta recuperação do salário médio, crescimento do valor real do salário mínimo, e resultados mais positivos nas negociações salariais”.Segundo Dieese, entre 2003 e 2009, foram criados mais de 12 milhões de empregos formais e o salário mínimo teve aumento real de 53,67%. “A necessidade de sustentar o desenvolvimento com elevação dos salários, do emprego e da produtividade impõe urgente expansão do investimento na qualidade da educação básica e na ampliação da oferta da educação profissional”, diz o estudo.

Publicado na Hora do Povo, edição 2.854

'Serra me pediu para conversar com professores, mas não foi', diz Lula

"Qual não foi a minha surpresa quando no dia seguinte ele viajou, não conversou e mandou o seu secretário reunir com os professores, secretário que não os atendia”, afirmou o presidente.

O ex-governador de São Paulo, Josá Serra, disse em seu discurso durante o ato de lançamento da sua candidatura no sábado, no Centro de Convenções em Brasília, que “o governo deve ouvir a voz dos trabalhadores, dos servidores públicos e dos profissionais de todas as áreas”. Exatamente o contrário do que fez recentemente, às vésperas de sair do governo paulista, quando se recusou a negociar com as lideranças do professorado paulista, que teve que ir à greve por reajuste salarial. Serra saiu do governo sem conversar com eles e jogou a tropa de choque contra os professores, numa das manifestações, levando vários deles para o hospital com ferimentos graves. Outros foram presos.O presidente Lula no ato em São Bernardo, no sábado, relatou, inclusive, que, quando esteve em Tatuí (SP) dias atrás, o então governador José Serra lhe solicitou que intercedesse junto aos professores paulistas que se encontravam em greve. Serra se comprometeu a conversar pessoalmente com os professores, mas depois descumpriu a promessa e colocou o secretário de Educação, Paulo Renato Souza, para receber os docentes. “Eu vim para cá e o nosso querido companheiro Edinho [Silva, presidente do PT-SP] ligou para o governador Serra. Eu assumi o compromisso de conversar com a Apeoesp [sindicato dos professores]”, disse Lula.“Eu tinha dito para o Serra: conversa você diretamente com o Sindicato, não deixa o teu secretário de educação conversar. Eles não querem muito, eles querem fazer um acordo. O Edinho ligou para o Serra e me informou que este iria conversar com os professores. Conversamos com a Bel [Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), presidente da Apeoesp] e fui embora tranqüilo de que o governador iria chamar os professores para conversar. Qual não foi a minha surpresa quando no dia seguinte ele viajou, não conversou e mandou o seu secretário reunir com os professores, secretário que não os atendia”.Com outras categorias que lutam por reajuste nos seus salários arrochados aconteceu o mesmo, como os policiais civis. Em greve por melhores salários, entre setembro e outubro de 2008, a tropa de choque foi acionada contra uma manifestação dos policiais civis deixando um saldo de 25 feridos. Serra se negou a negociar com a categoria sob a já vulgar alegação de que o movimento era “político”.No entanto, Serra escondeu tudo isso, como se ninguém se lembrasse desses tristes episódios, e pintou um quadro azul do seu modo gentil e fraterno de governar se dizendo “homem do diálogo” e vítima das “falanges do ódio”. Não dialoga e não dialogou com ninguém, nem com seus próprios aliados. Aécio Neves que o diga.Prosseguindo, Serra disse que “quem governa deve acreditar no planejamento de suas ações”. O desabamento de duas vigas gigantes de um viaduto do rodoanel, que destruiu automóveis e caminhões, ferindo três pessoas, o planejamento do próprio rodoanel - que depois de tantos anos de planejamento tucano só teve dois quartos de seu traçado inaugurado - o atraso na expansão do Metrô e outros são as provas do seu magnífico “planejamento”. Ou será que como exemplo de planejamento ele está se referindo às inúmeras praças de pedágios que proliferaram no seu governo nas estradas de São Paulo e que revoltam os paulistas com suas tarifas altíssimas?Na platéia do ato, uma pessoa se destacava pela empolgação com o discurso do tucano. Era Eliane Catanhede, representando a “Folha de S. Paulo”. Ela quase entrou em êxtase com a fala de Serra. Disse que o PSDB agora estava parecendo “um partido de massas”. Mas fez questão de lembrar que um tucano a corrigiu: “massas sim, mas massas cheirosas”.Na plateia do evento estava presente o deputado cassado e réu confesso por roubo de dinheiro dos Correios, Roberto Jefferson, que declarou seu apoio a Serra. A baixa foi do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-Dem), que antes do escândalo da propina era supercotado para ocupar a vice na chapa de José Serra. Arruda só conseguiu sair da prisão na segunda-feira (12) por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).Por fim, Serra fechou com chave de ouro o evento: saiu do edifício do centro de convenções pela garagem, deixando seus correligionários decepcionados, enquanto Aécio monopolizava os holofotes no recinto.

Publicado na Hora do Povo, edição 2.854