quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lideranças de 19 Estados marcam a fundação do Partido Pátria Livre

Ato de lançamento do PPL será no dia 21 de abril, em São Paulo. Comissão Organizadora reuniu-se nos dias 28 e 29 para definir os projetos de programa e de estatuto do partido

Por decisão da Comissão Organizadora do Partido Pátria Livre, o ato de fundação do novo partido será realizado em São Paulo no dia 21 de abril – data que condensa o primeiro grande momento da luta do povo brasileiro pela liberdade e pelo progresso, a tentativa heróica de Tiradentes de empreender a revolução nacional pela independência do Brasil.
A Comissão Organizadora do PPL, presidida por Sérgio Rubens de Araújo Torres e formada por lideranças políticas, sindicais, femininas, afro-brasileiras, comunitárias e da juventude de 19 Estados, reuniu-se no sábado e domingo, dias 28 e 29, também em São Paulo. Foi discutido o esboço de programa, apresentado pelo presidente da Comissão, e o projeto de estatuto, apresentado por Jorge Alves de Almeida Venâncio, que serão apreciados no ato de fundação.
Cerca de 40 dos organizadores do PPL fizeram uso da palavra, “num intenso e fraterno debate”, segundo declarou ao HP o vereador Werner Rempel, de Santa Maria, membro da delegação gaúcha, de que também fazia parte o vereador Toni Proença, de Porto Alegre. Os organizadores gaúchos do PPL eram encabeçados por Mari Perusso, coordenadora do partido no Rio Grande do Sul.
“O peso da idade torna-se leve”, disse, do alto dos seus mais de 80 anos, o professor Eduardo de Oliveira, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro, ao sublinhar o ânimo que perpassava a reunião, diante das perspectivas colocadas pelo esboço de programa que foi apresentado.
NACIONALIDADE
A análise da trajetória de nossa nacionalidade, sobretudo em relação aos anos da República – a predominância da oligarquia cafeeira na República Velha, a contribuição gigantesca de Getúlio Vargas e a Revolução de 30, os anos JK, o significado do golpe de Estado de 1964 e os anos posteriores e mais recentes – foi o conteúdo do esboço de programa, assim como a identificação dos mecanismos de espoliação colonial da nossa nação e a necessidade de superá-los através da unidade de todas as forças que, por representarem o trabalho e a capacidade dos brasileiros, compõem a fisionomia do país.
A intervenção de Miguel Manso, que, juntamente com Sérgio Rubens, coordenou a reunião, foi especialmente importante quanto ao problema do desenvolvimento de uma ciência e tecnologia nacionais e seu papel decisivo para que o país rompa o bloqueio estabelecido pelos monopólios externos.
Emerson Leal, vice-prefeito reeleito da cidade paulista de São Carlos, além de destacar a abordagem, na discussão, dos problemas nacionais – em especial das amarras que ainda impedem o Brasil de ser um país desenvolvido e justo – lembrou a presença, na Comissão Organizadora do Pátria Livre, de Cabeça Filho, líder da histórica greve de 1968, que enfrentou a ditadura em sua cidade, e de Rosalino de Jesus Barros, atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos. Da mesma cidade, teve atuação marcante durante a reunião o professor e físico José Eduardo Martinho Hornos.
Rosanita Campos, fundadora da Confederação das Mulheres do Brasil, destacou a profundidade do esboço de programa e a necessidade de tê-lo como norte para a orientação da luta de nosso povo.
Nélio Botelho, líder dos caminhoneiros e diretor da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), também participou da reunião, assim como Oswaldo Lourenço, do movimento dos aposentados; Ubiraci Dantas, vice-presidente da CGTB; Carlos Alberto Pereira, secretário-geral desta central; e Adolfo Grassi, presidente do Sindicato dos Servidores de Mato Grosso.
O maestro Marcus Vinícius de Andrade, presidente da Associação de Músicos Arranjadores e Regentes-Sociedade Musical Brasileira (AMAR-SOMBRÁS), aportou importante contribuição ao indissociável aspecto cultural da luta pela independência, destacando a criatividade histórica dos brasileiros e a necessidade de que ela seja protegida contra a usurpação colonizada e colonizadora.
Lídia Correa, presidente da Federação das Mulheres Paulistas, foi especialmente aplaudida pelo plenário, ao destacar a receptividade ao Pátria Livre por parte de várias personalidades representativas de setores da sociedade, mesmo antes de seu ato de fundação.
O coordenador do PPL no Rio de Janeiro, Irapuan Ramos, enriqueceu o debate em torno da desnacionalização da economia, assim como Paulo Eduardo Cardoso. Também do Rio, fez uso da palavra Ricardo Latgé, geólogo da Petrobrás e Tiago Nunes Cunha Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Nova Iguaçu.
A presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, Márcia Campos, frisou a nova época aberta para o nosso país com a crise nos EUA. Europa e Japão.Edna Costa, presidente da Federação de Mulheres Pernambucanas, discorreu sobre os problemas vividos no Nordeste, região mais sofrida do país.
Após dois dias de reunião, a Comissão Organizadora do Pátria Livre aprovou os procedimentos para a obtenção das 500 mil assinaturas de apoio, exigidas pela lei para a legalização dos partidos, resolveu iniciar imediatamente a filiação e estabeleceu a data do ato de fundação.
Jornal Hora do Povo - www.horadopovo.com.br

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