quarta-feira, 22 de julho de 2009

Globo não gosta da UNE, mas Lula gosta!


Estudantes de todos os Estados participaram do encontro, ocorrido entre os dias 15 e 19 de julho



A União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou entre os dias 15 e 19 de julho seu 51º Congresso num encontro que consolidou unidade histórica do movimento estudantil em defesa do desenvolvimento do Brasil, de mais vagas no ProUni, e do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Com a presença de 2.809 delegados de universidades de todos os estados, a chapa “Avançar nas mudanças” obteve 71,8% dos votos, elegendo Augusto Chagas para presidente. “Uma saudação ao movimento Kizomba, Mutirão, JSPDT, JSB, JPMDB, Mudança e uma grande saudação ao Movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade”, disse Augusto, cumprimentando as forças que compuseram a chapa eleita. “Um saudação àqueles que acreditaram no nosso país e não se pautaram pela opinião da elite e de seus veículos de comunicação. Essa é a chapa que fala em nome de cada trabalhador que está entrando na universidade. É a chapa que irá celebrar a construção da sede da UNE no Rio de Janeiro, o novo projeto da meia-entrada, a aprovação da reforma universitária da UNE, e que não permitirá que o Brasil tenha sequer uma gota de retrocesso”, afirmou Augusto na plenária final, ocorrida no ginásio Nilson Nelson, no dia 19.
PETROBRÁS
Realizado na Universidade de Brasília (UnB), o congresso iniciou com o Encontro de Estudantes do Programa Universidade Para Todos (ProUni), que contou com a presença do presidente Lula e de diversos ministros de Estado (ver matéria ao lado). Na quinta-feira, uma grande manifestação reuniu estudantes, centrais sindicais e movimentos sociais nas ruas da capital em defesa da Petrobrás e do pré-sal. (ver matéria na página 5).
Também eleito para a diretoria, Antônio Henrique, do movimento Mutirão, ressaltou que “essa nova gestão une todas as forças progressistas que ajudaram a alcançar mais de 600 vagas do ProUni, e é quem vai construir uma nova era assegurada pela exploração do pré-sal. Vai construir a universidade que o Brasil precisa para avançarmos no desenvolvimento. Para isso saímos às ruas para defender a Petrobrás e o nosso petróleo, o que muito incomodou a Globo. E na verdade o que ela quer é ver a Petrobrás privatizada e o pré-sal sendo entregue às multinacionais. Ela não admite que o povo saia às ruas para defender seu patrimônio”, disse Antônio, respondendo às afirmações feitas pela Globo de que a UNE defende a empresa porque recebe patrocínio para a realização de eventos.
DEBATES
Na sexta-feira, o dia foi de debates e palestras. A mesa “Projeto Nacional de Desenvolvimento e a crise mundial” contou com a presença do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), do ex-deputado federal Sérgio Miranda (PDT-MG), do deputado federal Ivan Valente (PSol-SP), do deputado federal José Eduardo Cardoso (PT-SP), da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) e do vice-presidente do Partido Pátria Livre (PPL), Jorge Venâncio.
O debate sobre a Petrobrás e o pré-sal contou com a presença do presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), Fernando Siqueira, do presidente da Federação Única dos Petroleiros, João Antônio de Moraes, e do secretário-geral da UGT, Canindé Pegado. Na plenária final, os estudantes aprovaram a defesa da Petrobrás, a recuperação das ações das empresa no exterior, a criação de uma nova lei para o petróleo e disseram “não” aos leilões nas camadas do pré-sal.
Além disso, democratização dos meios de comunicação, cultura e outros temas, também foram debatidos. Em relação à organização do movimento estudantil e os processos para eleição de delegados para o congresso da UNE, a avaliação foi de que o novo método estabelecido no congresso anterior - com as bancadas eleitas através do voto, por universidade - , “tem proporcionado contato direto e mais permanente entre a UNE e os estudantes, em especial os das maiores universidades”, e proporcionou a mobilização em 92% das instituições de ensino superior do país para esse 51º Congresso.
A chapa de oposição da UNE, ligada ao PSol e PCR, que é contra o Reuni e o ProUni obteve 410 votos.

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