sábado, 11 de julho de 2009

Telefónica, Net e Oi não atendem a demanda nacional.

O Ministério Público Federal (MPF) pressionou e a Telefónica teve que acatar a proposta de suspensão da cobrança de multa dos clientes que optarem pelo cancelamento do seu serviço de banda larga, o Speedy. Para o MPF, a multinacional não pode “impor o prejuízo da sua má gestão de serviços aos consumidores”.Em nota, o MPF informou que a operadora deverá suspender a cobrança da taxa, prevista em contrato sob o nome de “fidelização”, por um período de 90 dias, contados a partir do dia 06.A intervenção do MPF aconteceu após ocorrer, na quinta-feira (2), a 5ª grande pane nos últimos 12 meses nos serviços da Telefónica, sendo quatro no Speedy e uma na telefonia fixa. E, novamente, a Telefónica culpou um prestador de serviço que, de acordo com a empresa, cometeu uma falha.A verdade é que a Telefônica não tem capacidade para atender o volume atual do Speedy. Segundo a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET), a multinacional não tem estrutura para oferecer um serviço de banda larga que supra a necessidade de seus clientes.Mas a incapacidade em dar conta dos serviços não se restringe à Telefônica. Na última semana a NET foi objeto de uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro que deu prazo de 48 horas para que fosse resolvida uma instabilidade no sistema que prejudicou inúmeros consumidores. A Oi foi investigada por não cumprir as metas que previam a integração de mais de 1.092 municípios à rede central de telefonia móvel. Só a metade disso foi alcançada (ver matéria ao lado).Se com essa pequena quantidade de usuários a Telefónica e as outras se mostram incapazes de prestar um serviço razoável, imagine-se o pandemônio que será quando este número aumentar um pouco mais, conforme a necessidade atual.A mais séria das penas na estrutura de atendimento da Telefónica ocorreu em julho de 2008, quando os clientes da empresa ficaram por 36 horas sem o Speedy.Na ocasião, a Telefónica disse que indenizaria todos os seus clientes com descontos na fatura de junho. O desconto, de acordo com coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci, foi de, no máximo, R$ 0,88 por oito horas de descontinuidade no serviço.“É muito pouco pelo transtorno causado”, afirmou. “Devia ser levada em conta a reincidência. Existem vários pequenos cortes de serviço e, dependendo da área em que está, o consumidor ficou sem o serviço por muito mais tempo”, completou.Todos os órgãos de defesa do consumidor, abarrotados de reclamações contra a empresa, vêm posicionando-se contra a Telefónica. Para a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Estela Waksberg Guerrini, apesar de ser positivo o fato de a “Anatel finalmente fazer alguma coisa”, em relação à proibição na venda dos pacotes Speedy, as medidas “demoraram demais”. Segundo ela, “faz tempo que a Telefónica não oferece um bom serviço e desrespeita o direito dos consumidores”. Ainda para Guerrini, “a proibição da comercialização é pouco, há evidências suficientes para aplicar a multa desde já”, afirmou.Segundo o Ministério da Justiça, cerca de 30% das reclamações apresentadas nos Procons desde outubro de 2004 estão relacionadas à telefonia fixa, telefonia móvel e aparelhos celulares. Neste semestre, o número também ficou perto de 30%. “O comportamento das empresas é preocupante”, afirmou Ricardo Wada, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça. “As operadoras estão transferindo o atendimento do consumidor para os órgãos públicos”, declarou.“A nosso ver, existe um problema sério de regulamentação”, afirmou Roberto Pfeiffer, diretor executivo do Procon-SP. “Nas regras do setor, é praticamente inexistente a preocupação com o modo de comercialização dos serviços”. Para Pfeiffer, as empresas não se sentem obrigadas a cumprir as condições que oferecem na comercialização do serviço.As falhas na prestação de serviços da empresa estão sendo discutidas em duas ocasiões durante esta semana pela Câmara dos Deputados. Na terça-feira, o debate é na Comissão de Ciência e Tecnologia, e, na quarta, a Comissão de Defesa do Consumidor discute a possibilidade de intervenção na operadora.
Internet da Net ficou fora do ar na terça em SPNa madrugada da última terça-feira, pelos menos três bairros da região central de São Paulo ficaram sem acesso à internet da Net, o Vírtua, por mais de 2 horas.O problema começou às 23h30 da segunda-feira na região da Aclimação, Cambuci e Liberdade e durou até aproximadamente às 3 horas de terça.No Rio de Janeiro, a Net Vírtua recebeu um prazo de 48 horas para resolver as falhas identificadas no serviço de banda larga na semana passada. Mais de 2 mil ações correm nos Juizados Especiais Cíveis do Estado contra a empresa. O maior número de ações, 528, foi registrado no mês passado, informa o TJ.A sede paulista da empresa não tinha informado a origem do problema até o fechamento desta edição.
Oi foi investigada por não cumprir meta de integrar municípios à rede A operadora de telefonia celular Oi não cumpriu as metas de integração das redes locais ao núcleo da rede, estipuladas por decreto governamental, para o ano passado, o que rendeu à concessionária um Processo de Apuração de Descumprimento de Obrigação (Pado) na Superintendência de Universalização (SUN) da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).Segundo a agência, na primeira apuração do cumprimento dos compromissos de implantação da integração, a Oi tinha atingido apenas metade da meta, tendo conectado somente 561 sedes municipais até 31 de dezembro de 2008, para um total de 1.092 mil exigidas pelo governo.O processo, aberto em janeiro, foi arquivado pela Anatel em razão de um pedido de anulação encaminhado pela Oi. A concessionária argumentou que, na época do início da investigação, a implantação do backhaul estava suspensa judicialmente.

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