quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Demonstração de Força Política

Por Edinho Silva*

Segunda-feira, pela terceira vez, os partidos que compõem a base de sustentação do Governo Lula se reuniram em São Paulo para a discussão da tática eleitoral paulista. O nosso objetivo é a construção de um campo político capaz de derrotar o projeto neoliberal tucano e fortalecer o palanque de Dilma Rousseff no estado, que hoje representa quase 25% do total do eleitorado brasileiro.

Atualmente o campo é formado por nove partidos que têm a predisposição para estarem caminhando juntos para a construção da tática eleitoral. São eles: PCdoB, PSB, PDT, PT, PPL, PTB, PSC, PTN e PRB. Ainda podem se juntar a nós o PHS e PR.

Essa é, certamente, uma grande demonstração de força política. Não me lembro na história do PT ou do campo político progressista entrarmos no ano eleitoral com uma articulação desse porte. Os partidos têm adotado uma postura de muito diálogo, colocando como prioridade o projeto nacional. E não é diferente com o PT.

Da reunião com partidos aliados saíram propostas muito concretas. A primeira delas é a criação de uma comissão que ficará responsável em dialogar com o Deputado Federal Ciro Gomes e saber sua posição quanto a uma possível candidatura ao governo paulista. Para nós, essa definição é fundamental para que o campo possa dar os passos seguintes em relação à construção da tática em São Paulo.

Durante a conversa com os partidos pudemos ver o consenso que se formou em torno do nome de Ciro. Se ele tiver predisposição, haverá muito espaço para debater essa alternativa. A conversa deve ocorrer na próxima quinta-feira, em Brasília.

Entretanto, isso não impede que cada partido continua discutindo internamente a construção de outros nomes. O PT não parou e vem dialogando com suas lideranças para que formalizem a intenção ou não da pré-candidatura ao Governo. Já passaram pela reunião com a Executiva do PT-SP nomes como o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, o Ministro da Educação, Fernando Haddad e o deputado federal, Antônio Palocci. Ainda devem ser convidados o deputado e ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, o Senador Eduardo Suplicy, bem como a ex-ministra Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante.

Tiramos ainda na reunião com partidos aliados um segundo encaminhamento que é a construção de propostas para o estado por meio de Seminários Temáticos. O primeiro assunto a ser debatido entre os aliados será a saúde, em março, seguido por segurança e saúde, grandes lacunas da gestão demotucana.

Para nós, partidos da base de apoio do governo Lula, a inexistência de uma liderança para capitalizar o processo, unificar um campo político e liderar a construção do programa de governo deixou de potencializar a agenda da Ministra em São Paulo. Mas, a partir de agora começa a prejudicar, por isso a necessidade de darmos passos firmes e determinados na construção da tática eleitoral em São Paulo.

Não tenho dúvidas que essa unidade que se formou em torno desse campo político será fundamental para construirmos um palanque forte para Dilma. Também penso que há muito espaço político para construirmos um projeto alternativo em São Paulo, já que existe um esgotamento do modelo de gestão do PSDB. Durante anos ocupando o Palácio dos Bandeirantes, os tucanos não conseguiram dar respostas a problemas graves enfrentados pela população paulista.

Se conseguirmos manter esse campo político, chegar a uma liderança que represente nosso projeto e que tenha um bom programa de governo, baseado nas reais necessidades do povo de cada uma das regiões do estado, não tenho dúvidas que podemos iniciar em São Paulo um novo ciclo de desenvolvimento.

*Edinho Silva é ex-Prefeito de Araraquara e Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores - Texto retirado do site pessoal de Edinho

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